Depois do anúncio da saída de Daniel Alves do São Paulo, que se deu nessa sexta-feira (10), por parte do clube, o ex-jogador Souza disse, em entrevista ao Terra, que o lateral “usou” o Tricolor paulista e criticou contratações do porte do futebolista multicampeão, afirmando que o SPFC tem de olhar mais para a base.

Daniel Alves, em clássico São Paulo X Palmeiras. (Foto: Getty Images)
Daniel Alves, em clássico São Paulo X Palmeiras. (Foto: Getty Images)

 

 

“O Daniel Alves não estava nem aí. Não estava fazendo questão de jogar sério. Esse rompimento foi bom para os dois lados, mas o São Paulo arranjou um grande problema, já que vai ter que pagar a dívida de R$ 11 milhões”, disse o ex-meia do SPFC, Grêmio e Fluminense. 

 

 

 

 

Para ele, o clube vacilou por não ter quebrado o vínculo com o jogador antes, dado o seu desempenho desde que chegou, em 2019: ao total foram 95 jogos vestindo a camisa tricolor, com 10 gols anotados e o título do Campeonato Paulista 2021:

 

— O  Daniel que não quis jogar mais pelo São Paulo, porque senão ele estaria voltando da Seleção, se apresentando para treinar, para entrar em campo no domingo. — disse o ex-futebolista, que se sagrou campeão da Libertadores e do Mundial na temporada de 2005, sob o comando de Muricy Ramalho, atual coordenador técnico do time do Morumbi, que na época treinava a equipe. — Ele não entregou o futebol que ele prometeu quando foi contratado, e até disse que amava o São Paulo. — pontuou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Trampolim para as Olimpíadas

 

 

Ainda na conversa com o site, Souza falou sobre a ida de Daniel para os Jogos Olímpicos de Tóquio, pela Seleção Brasileira: “O Daniel Alves usou o São Paulo para ir à Olímpiada e servir a Seleção Brasileira. Por que ele não tomou essa atitude (de sair) antes de ser campeão olímpico?”, questionou.

 

 

 

 

E analisando a postura do lateral no clube, para o ex-jogador, o Tricolor não deveria sequer ter dado liberdade a ele para que escolhesse uma posição de atuação. “Foi um erro dar a camisa 10 e deixar o Daniel Alves no meio-campo quando ele chegou. Por isso que só elogiava o Diniz [treinador do time na época], e que, por sua vez, falava bem dele. O Daniel só rendeu melhor quando voltou a atuar na lateral.”

 

 

 

 

 

 

Um ciclo repetitivo 

 

 

 

Dentre os últimos pontos altos da conversa do site com o jogador, Souza falou num trecho sobre o estilo de gestão do São Paulo, do ciclo repetitivo de contratação de jogadores já renomados e, consequentemente, muito caros para o caixa do clube:

 

“O erro já foi com a chegada do Juanfran e agora com o Orejuela, que não joga. O atual diretor (Rui Costa) era do Grêmio antes e trabalhou com ele. Como pode trazer esse mesmo jogador sabendo de seu histórico? Tem coisas que não dá pra entender”, e ironizou: “se for assim [pra ganhar dinheiro e não produzir nada], me chama que eu vou.”

 

 

 

 

 

Para ele, o São Paulo ainda precisa dar mais liberdade para o Muricy, que atua como coordenador técnico no clube, poder trabalhar e pensar no que de fato o time do Morumbi precisa, podendo olhar mais, talvez, para a categoria de base: 

 

— Não pode fazer política e ficar contratando só para dar resposta à torcida. Historicamente contratando jogadores supervalorizados, de grife, não deu certo. Só tem prejuízo grande. Tem que apostar na base. Esse é o caminho. Ou, senão, trazer jogadores não badalados, como foi o caso do Rigoni, que ninguém dava nada pra ele. Que sirva de exemplo. O São Paulo não pode errar mais”, concluiu.

 

 

 

 

 

Próximo jogo

 

 

 

O Tricolor paulista volta a entrar em campo neste domingo (12), no Maracanã, diante do Fluminense, às 20h30, em partida válida pela 20º rodada do Brasileirão.