Tudo caminhava perfeito para as ambições palestrinas durante a 10ª rodada do Brasileirão. Combinação de resultados que deixava o Palmeiras à frente de importantes concorrentes, atuação consciente do time em campo que efetuava uma imponente virada sobre o Sport Recife, jogadores com atuações que condiziam com as responsabilidades delegadas, enfim, uma conjunção de fatores que colocava o Alviverde na segunda colocação da tabela.

Rodada do Desperdício
Rodada do Desperdício

Até que aos 13 minutos do segundo tempo, com 2 a 1 de vantagem no placar, a expulsão de Zé Rafael muda completamente o panorama da partida. Os três pontos que alavancariam o Palmeiras para a vice-liderança se transformaram em apenas 1 ponto. O cartão vermelho influenciou o resultado à medida que tirou do time uma peça que realizava uma atuação produtiva para o time. 

Além do golaço da virada, Zé Rafael era eficiente no apoio ao ataque, bem como também se destacava pelo vigor nos desarmes. A expulsão foi fruto de dois cartões amarelos de faltas evitáveis, no entanto também é fato que houve exagero do árbitro no lance do segundo amarelo, já que não foi uma agressão deliberada. Interpretações de espectadores, todavia, não mudam o resultado final, já a do árbitro...

O empate também castigou Luan, que tem apresentado seguras atuações em substituição a Felipe Melo. No lance do segundo gol, ficou nítido que perdeu o tempo da bola, mas a jogada tem mais mérito do jogador do Sport que fez uma inteligente assistência. Embora suas bolas longas façam o palestrino sentir saudades dos mais precisos lançamentos de Felipe Melo, o zagueiro já se mostrou capaz de ser alternativa de qualidade para a zaga, trunfo importante para um time que enfrenta uma maratona de jogos e precisa de um plantel apto a atuar sem deixar cair a qualidade.

A partida contra o Sport foi perfeita para avaliar o potencial coletivo do elenco. Sem Luiz Adriano, Willian cumpriu bem a função de comandar o ataque, fez o primeiro gol em um lance de pura atenção e levou perigo constante ao gol pernambucano. Os gols que perdeu são exemplos do que será o desafio do momento para o Palmeiras: acertar a finalização. Se no primeiro momento o problema claro era a falta de criação, agora o que deve ser trabalhado é justamente a etapa seguinte da armação, a conclusão.

O time encaixou a construção de jogadas, Lucas Lima tem atuado com visão de jogo, os volantes criados na Academia ajudam o time com efetividade, haja vista como Danilo entrou no jogo, mais uma revelação que tem como característica a personalidade. Patrick de Paula fez falta no jogo, Ramires não é de perto uma sombra confiável em dias sem a presença do camisa 5.

O empate teve um sabor amargo, pois a sensação primordial da partida é que se desperdiçou a chance de estar a um ponto do líder Internacional. A ciência do desperdício vem do fato de que o time apresentou poder de reação, sintonia entre o elenco e qualidade de reposição de peças. Mas não foi capaz de enxergar onde o adversário poderia surpreendê-lo. O Palmeiras flertou com a vice-liderança, mas terminou a rodada fora do G-4 e amargando o terceiro empate no Allianz Parque.

Vida que segue, no prisma da positividade em situações adversas, ao menos o Verdão pode ver contra o Sport que tem um elenco coeso.