O volante Maycon foi contratado em definitivo pelo Corinthians e vê a permanência como uma oportunidade de recomeçar após as conturbações de 2022. No ano passado, o atleta teve que sair às pressas da Ucrânia por conta da guerra e foi prejudicado por lesões que o afastaram de jogos importantes do Corinthians, além das questões extracampo, comoo quadro de convulsão de seu filho Zyon, na época com dois anos.
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Para dar o pontapé inicial,Maycon pediu para iniciar a temporada como número 7, que carrega tatuado na perna. E não é só o volante que busca um novo começo. A ‘era Vítor Pereira’ gerou atritos nos bastidores durante sua passagem e após o desligamento do então comandante, que decidiu não renovar com o Timão, mas fechou com o Flamengo pouco tempo depois. Agora, o Corinthians é palco de estreia do treinador Fernando Lázaro, que tenta conquistar a confiança da torcida em seu trabalho e levar o Alvinegro à novas conquistas.
Durante entrevista com o portalGE, Maycon relembrou as adversidades no vestiário em 2022 e projetou a temporada de 2023, pontuando quais mudanças já foram sentidas com a troca de comando no Timão. Segundo o volante, o clima era mais “pesado” com o português, devido à distância na relação entre técnico e elenco, o que não acontece com Fernando Lázaro, que procura conversar com seus atletas.
“OVítor tinha uma forma de trabalho que alguns jogadores achavam que não era a certa para a gente atingir o nosso melhor nível“, explicou o camisa 7. “Independentemente dos treinadores que estiverem com a gente, quando vestimos a camisa doCorinthians, temos que entrar para vencer. Independentemente de ser clássico ou da competição, oCorinthianscarrega isso, não é o treinador que está ou os jogadores que estão. O Vítor Pereira conquistou títulos na Europa, chegou aqui noCorinthianse teve resultados bons e ruins como todos os que passaram aqui. Tite teve resultados bons e ruins, Carille teve resultados bons e ruins, teve algum momento de pressão, e acho que o Fernando vai passar por isso também. Já passou depois da primeira partida, acho que teve um momento de pressão“, complementou.
Marcello Zambrana/AGIF. Vítor Pereira tinha conflitos com alguns atletas do Corinthians
“A pressão há, não temos que fugir disso, mas faríamos isso (trabalhar para vencer)se fosse com Vítor, com o Fernando, independentemente do treinador, pela instituição em que estamos, estamos noCorinthians, vamos correr da mesma forma. Mas é claro que a maneira que o Fernando lida com as coisas é um maneira que agrada mais o grupo, nos faz evoluir mais, isso vai fazer com a que a gente se desenvolva mais e consiga resultados melhores ao longo da temporada“, ressaltou Maycon.
Marcello Zambrana/AGIF. Fernando Lázaro faz sua estreia como treinador no Corinthians
Além disso, o volante falou sobre a questão do ambiente da equipe. Para ele, as formas de trabalhar entre Vítor Pereira e Fernando Lázaro são distintas, mas devem ser respeitadas, principalmente pelo objetivo maior, que é o sucesso do Corinthians. No entanto, o jogador entende que um canal de comunicação mais fácil com o treinador faz a diferença em campo.
“Não é questão de o ambiente estar melhor ou não. O ambiente entre os jogadores sempre foi muito bom, mas a proximidade com os treinadores faz a diferença. Já trabalhei com alguns treinadores e vi alguns mais distantes e outros mais próximos. Tem jogador que prefere treinadores mais distantes, depende do ambiente em que você está.O Vítor tinha a maneira dele de trabalhar e a gente respeitava. Não tem como falar que a gente tinha o mesmo contato que tem com o Fernando, que é bem mais próximo, chama para conversar, vê a forma que você pode trabalhar, evoluir, o Vítor já era mais direto.Cada jogador lida de uma forma“, concluiu.
Por fim, Maycon reiterou que o respeito com o comandante, seja qual for o nome, é essencial para o sucesso da equipe. “O Vítor trabalhava de uma forma que o grupo entendia ser mais pesada, não de intensidade. Todo mundo vai respeitar o Vítor, respeitou e vai respeitar o Fernando. Se o Fernando precisar tirar as maiores lideranças do grupo ele vai tirar e nós vamos aceitar isso. Há uma hierarquia, o Clube pede isso, tem presidente, o diretor de futebol, na parte do campo o treinador é o principal e, se precisar tirar alguém, ele vai tirar“, afirmou.
“Eu acho que o jogador não vai fazer biquinho porque o Fernando é novo, está começando, e talvez o jogador tenha mais estrada que o Fernando na profissão“, ressaltou Maycon. “O Vítor tinha uma forma de trabalho que alguns jogadores achavam que não era a certa para a gente atingir o nosso melhor nível, e o Fernando vem trazendo ideias que a gente entende que podem aproximar a gente de grandes conquistas ou elevar o nosso nível. Pode dar certo? Pode. Pode dar errado? Também. O Vítor deu certo? Até certo momento, a gente não ganhou com o Vítor. O ambiente ajudou a isso? Não sei o quanto isso foi prejudicial ou não para conseguir o título. Mas o Fernando vai trabalhar da melhor forma para a gente atingir o nosso melhor nível“, finalizou.