Eduardo Coudet tem um modo de jogar. Embora ainda jovem, é um técnico com identidade. Fez um excelente trabalho no Rosário Central eoutromelhor aindano Racing, quando obteve o título argentino contra as potências River Plate e Boca Juniors. Um cenário semelhante ao que vai enfrentar em Porto Alegre quando o futebol voltar e ter de lutar contra clubes com poderio econômico maior.
- Palmeiras empata com o Cruzeiro em 1 a 1 e é campeão brasileiro
- Em despedida de Fábio Santos, Inter bate Corinthians por 2 a 1
E essa identidade de Coudet tem uma marca: dois atacantes. Quase uma subversão contra o futebol praticado nos últimos 15 anos, em que meias (ou, no máximo, extremos) se aproximam de um jogador que serve como referência e sistemas variam de 4-2-3-1para 4-3-2-1 e 4-1-4-1. O que não muda é o “1” da frente, muitas vezes isolado, solitário e lutando contra dois ou três marcadores.
No Racing, começou com Lisandro Lopez e lançou Lautaro Martinez, hojeconsagrado na Europa. Lisandro atuava, muitas vezes, como referência, outras, atrás de Lautaro. O 4-1-3-2 que se vê no Inter já era praticado em Avellaneda. Cristaldo substituiu Lautaro e o time seguiu com dois atacantes. No Inter, tem Paolo Guerrero, começou com D’Alessandro avançado, tem Galhardo, que assumiu a vaga com bom rendimento e tinha Gustagol, que acabou saindo sem quase jogar. E agora?
Será que “Chacho” não poderia dar chance a Pottker num ataque com Guerrero? (Foto: Ricardo Duarte/Internacional)
De acordo com as palavras de Coudet, em coletiva, parece que existe uma predisposição em dar nova chance a William Pottker, que ainda é um imenso ponto de interrogação. Fez uma Série B aceitável, mas não repetiu as atuações em 2018 e 2019. Aliás, começou muito bem 2018 jogando mais à frente com Odair, marcando gols, mas se lesionou e nunca mais foi o mesmo.
Pottker teria voltado aos treinos mais magro e com vontade de jogar. Na Ponte, atuava avançado e foi destaque no Brasileirão2016 e Paulista 2017. No Inter, muitas vezes, recuava para ajudar no combate e ter espaço para conduzir a bola, que talvez seja seu principal atributo. Sofreu com muitas lesões e dificilmente conseguiu ter regularidade. E se fosse, de fato, testado à frente, ao lado de Guerrero?
A resposta não é tão simples. Transcende o aspecto técnico. Pottker tem pouco tempo de contrato – até maio de 2021 -e, para ganhar sequência, teria que renovar. E talvez receber aumento. Alessandro Barcellos já elogiou a evolução do atacante nos treinos e acena estender seu vínculo.Mas vale a pena arriscar? Será que Coudet poderia recuperar o Pottker contratado em 2017? A bola está com vocês.