Após duas semanas, o US Open chegou ao fim coroando um novo campeão no masculino, Carlos Alcaraz, que ainda se tornou o número 1 do mundo. No feminino, Iga Swiatek confirmou o favoritismo e aumentou o seu domínio com o troféu em Nova York. Mas o último Grand Slam da temporada ainda reservou momentos marcantes, como a despedida de Serena Williams das quadras. Relembre algumas histórias! 

Serena se despediu do tênis no US Open
© Créditos: Matthew Stockman/Getty ImagesSerena se despediu do tênis no US Open

Serena, uma despedida em grande estilo

Não se esperava grandes atuações de Serena Williams em seu provável último torneio da carreira. Inclusive, na sua estreia contra a montenegrina Danka Kovinić estava marcada para ser uma grande festa recheada de homenagens no Arthur Ashe Stadium. Mas Serena ganhou, adiando o fim. Na rodada seguinte, o confronto com a então número 2 do mundo, a estoniana Anett Kontaveit, parecia ser o dia D. Em grande noite, Serena mostrou lampejos dos momentos áureos: mais uma vitória na conta.

Contra a australiana Ajla Tomljanović, outra partida de bom nível da veterana de 40 anos. Desta vez, ela não resistiu e caiu em três sets. Com público de mais de 23 mil pessoas, Serena não cravou o adeus, mas declarou não acreditar em um novo retorno ao tênis

Alcaraz, o novo campeão do US Open. Créditos: Julian Finney/Getty Images

Alcaraz, o novo campeão do US Open. Créditos: Julian Finney/Getty Images

Alcaraz, o primeiro Grand Slam do novo número 1

Aos 19 anos, Alcaraz entrou no US Open cercado de expectativas. Cabeça de chave número 3, o espanhol não vinha de grandes resultados nos torneios preparatórios ao torneio de Nova York. Mas havia uma chance inédita de virar o novo número 1 do mundo, caso avançasse à final. Ele não decepcionou. Ganhou três jogos em sequência de cinco sets (contra Marin Cilic, Jannik Sinner e Frances Tiafoe) mostrando um alto nível com o seu tênis cheio de recursos. Na decisão, salvou dois set points cruciais no terceiro set para arrancar rumo à vitória no quarto contra o norueguês Casper Ruud, outro postulante a liderança do ranking. Título de Alcaraz, o primeiro Grand Slam do número 1 do mundo mais novo da história.

Iga segue aumentando o seu domínio 

Iga Swiatek já era apontada nas casas de apostas como a mais cotada para levantar o troféu do US Open. Número 1, a polonesa dominou a WTA com uma sequência de 37 vitórias no primeiro semestre. No entanto, a queda precoce em Wimbledon e nos torneios que anteciparam o US Open (inclusive, perdeu para a brasileira Bia Haddad Maia em Toronto) colocaram um ponto de interrogação no desempenho de Iga. Fora o susto nas oitavas de final contra a alemã Jule Niemeier que, quando esteve perto de ser eliminada, ela lidou bem com o favoritismo. Contra Ons Jabeur na final, um recital de tênis no primeiro set, enquanto no segundo se manteve firme nas horas mais importantes. 3º Grand Slam na carreira, o 2º no ano e uma vantagem obscena de mais de 5 mil pontos na liderança do ranking. 
 

Tiafoe alimentou o "sonho americano"

Sempe enérgico em quadra, Frances Tiafoe levantou o público norte-americano nas arquibancadas. Desta vez, ele não ficou somente restrito às grandes jogadas que irão parar nos melhores momentos do dia. Tiafoe elevou o seu nível e conquistou a maior vitória da carreira em um grande palco: nas oitavas, superou Rafael Nadal no Arthur Ashe Stadium. Depois, ganhou do russo Andrey Rublev para se tornar o primeiro norte-americano a chegar à semifinal do US Open desde 2006. O sonho chegou ao fim quando encontrou o inspirado Alcaraz, embora tenha vendido caro a derrota em um duelo alucinante de cinco sets. 

Raducanu, do auge ao recomeço

Há um ano, Emma Raducanu ganhava o US Open e se colocava como uma potencial estrela do circuito. Pela primeira vez na história, uma jogadora vinda do qualificatório vencia em Nova York. Aos 18 anos, a britânica ganhou 10 partidas em sequência (sem perder sets) logo em sua estreia no torneio. Porém, o conto de fadas terminou ali. Após não passar da segunda rodada em nenhum Grand Slam deste ano, Raducanu tinha a dura missão de defender os dois mil pontos do ano passado. Ela entrou como a cabeça de chave número 11, mas tombou ainda na primeira rodada para a francesa Alizé Cornet. Com a atualização do ranking desta segunda-feira (12), a britânica viverá um novo recomeço ao ocupar o 83º lugar na WTA
 

Kyrgios em novo ataque de fúria

Após o vice de Wimbledon, Nick Kyrgios era um dos principais nomes apontados para ser campeão no torneio. Em ascensão na temporada, o australiano deixou o lado "desleixado" no passado e mostrava estar mais focado no tênis. Neste US Open, a vitória sobre o então número 1 Daniil Medvedev deu um gostinho do que ele poderia aprontar na chave. No entanto, ele voltou a perder as estribeiras após sofrer uma amarga derrota para o russo Karen Khachanov em cinco sets, ainda nas quartas de final. Quando acabou o jogo, ele quebrou duas raquetes em sequência, estando visivelmente irritado pelo revés. 
 

5h15 em ritmo frenético: Alcaraz e Sinner fizeram um dos melhores jogos do ano

Se havia uma pedra no sapato no caminho de Alcaraz, essa se dava pelo nome de Jannik Sinner. O italiano tinha batido o espanhol duas vezes em pouco mais de dois meses. Entre os jogos, estava a final de Umag e às oitavas de Wimbledon. Os dois se reencontraram nas quartas do US Open. Uma verdadeira batalha entrou para a história: Alcaraz ganhou em 5h15 de duração, salvando match-point no quarto set. A partida, a segunda mais longa do torneio, foi a que terminou mais tarde na história deste Grand Slam: às 2h49 da madrugada.