Estão indo embora cedo demais?
Na última sexta-feira (5), o treinador do Uruguai, Marcelo Bielsa, aproveitou sua entrevista coletiva antes da partida contra o Brasil, pelas quartas de final da Copa América 2024, para fazer diversas reflexões sobre o futebol moderno.
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Às vésperas do confronto contra a Seleção Brasileira, ‘El Loco’ fez uma longa e árdua crítica à venda de jogadores jovens sul-americanos ao futebol europeu de forma precoce, citando até mesmo Endrick como exemplo.
Titular neste sábado (6) na partida entre Uruguai x Brasil, o atacante foi vendido aos 15 anos pelo Palmeiras ao Real Madrid, da Espanha. Aliás, ser escalado entre os 11 iniciais do confronto da Copa América colocará mais R$ 7,5 milhões no bolso alviverde.
Bielsa está incomodado
Em Las Vegas, onde acontece a partida, Bielsa aproveitou uma pergunta feita pelo jornalista brasileiro Artur Quesada, sobre o São Paulo de 1992, para interromper e começar a refletir sobre o futebol atual. “Você recorda a formação do São Paulo? Com um treinador monumental e uma formação de todos jogadores de seleção brasileira, todos jogando no futebol local”, começou.
“Vejam o que passou com o pobre futebol sul-americano. Lá jogava Raí, Antonio Carlos, Ronaldo, Cafú, Pintado, Muller, todos jogadores “europeus”, mas antes de irem à Europa jogaram duas finais de Copa Libertadores. O que aconteceu com o futebol? Com o futebol, que é propriedade popular essencialmente… Por quê? Os pobres têm muito pouca capacidade de acesso à felicidade porque não dispõem de dinheiro para comprar felicidade. O futebol, como é gratuito, é de origem popular”, continuou o argentino.
“Esse futebol, que era uma das poucas coisas que os mais pobres mantinham, já não tem mais, porque aos 17 anos Endricks vão, o “winger de Palmeiras” (Estevão)… que lástima que eu tenha que dizer hoje algo que só vai me trazer críticas”, completou Bielsa.
O que esperar de Uruguai x Brasil
Um dos grandes clássicos de seleções da América do Sul toma conta da Copa América neste sábado (6), às 22h (horário de Brasília). Os uruguaios são os grandes favoritos, por terem a melhor campanha na fase de grupos, líder do Grupo C com 100% de aproveitamento.
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Em 26 partidas entre as equipes pela Copa América, foram nove vitórias de cada seleção e oito empates. Uruguai e Brasil já se enfrentaram pela semifinal e decidiram a classificação nos pênaltis em duas oportunidades neste século: 2004 (vitória brasileira) e 2007 (vitória brasileira).
Além disso, as equipes também já se enfrentaram na final de 1983, quando o Uruguai se sagrou campeão. No quadrangular final de 1989, que não conta como uma decisão por si só, vitória canarinha. Na final de 1995, os uruguaios venceram nos pênaltis, e, por fim, em 1999, deu Brasil.