Um trágico acidente

Em entrevista exclusiva ao portal Motorsport.com, durante a etapa de Stock Car Pro Series em Buenos Aires, o ex-piloto de Fórmula 1 Felipe Massa falou sobre o acidente de Jules Bianchi, ocorrido há dez anos, no GP do Japão de 2014, em Suzuka.

Felipe Massa e Jules Bianchi no GP da Australia, em 2013
© imago sportfotodienstFelipe Massa e Jules Bianchi no GP da Australia, em 2013

Bianchi, que era amigo próximo de Massa e membro da academia da Ferrari entre 2006 e 2013, sofreu graves lesões cerebrais após colidir com um veículo de resgate durante a corrida sob condições adversas de chuva. 

O piloto francês faleceu em julho de 2015, após passar meses em coma, tornando-se o primeiro piloto a falecer em decorrência de um acidente em uma corrida de Fórmula 1 desde Ayrton Senna em 1994.

Brasileiro relembrou fatalidade

Massa relembrou o incidente como um dos momentos mais difíceis de sua carreira e destacou o impacto emocional daquela tragédia.

“Não me lembro de nada do meu acidente na Hungria em 2009, mas o de Jules… Primeiro, lembro de quando soubemos do acidente, fui direto para o hospital. Quando estava lá, veio a notícia de que ele tinha falecido. Foi a pior notícia que eu poderia receber sobre um amigo. Naquele momento, Nicolas Todt, que era seu empresário e meu também, começou a chorar. Eu também chorei.”, contou Massa.

“Nos abraçamos, foi terrível. Lembro que a sensação foi muito ruim. Depois de alguns minutos, veio a mensagem de que não era verdade, que estava errado. Eu torci para que a segunda mensagem fosse verdadeira. E nove meses depois… Visitei o hospital algumas vezes e dava para perceber. Mesmo que ele não estivesse acordado, ao vê-lo, você tinha a sensação de que talvez algo não estivesse certo, sabe? E então veio a notícia… Eu me lembro do funeral.”, continuou o piloto brasileiro.

Acidente melhorou a segurança

O acidente de Bianchi foi um marco para a segurança da Fórmula 1, levando à introdução de novas medidas, como o carro de segurança virtual e o halo, que tem sido fundamental para proteger os pilotos em situações de risco.

 “De qualquer forma, o pior dia da minha vida no automobilismo foi aquele em que eu estava no hospital há 10 anos. Acho que a F1 mudou muitas coisas depois de acidentes muito graves, como o do Ayrton Senna. Às vezes, infelizmente, alguns acidentes ‘ajudam’ a melhorar a segurança do esporte. É um sentimento difícil e muito ruim. Mas, com certeza, o meu acidente, e depois o acidente de Jules, também contribuíram para a introdução do halo, que foi algo muito importante.”, concluiu Felipe.