Alguns minutos debaixo da água corrente do chuveiro, na piscina ou em um banho de mar já são o suficiente para os dedos das mãos e pés ficarem enrugados. Fato curioso é que somente as extremidades do corpo humano (mãos e pés) enrugam quando em contato com a água por algum tempo, enquanto todo o restante do corpo, comoantebraços, tronco, pernas e rosto, permanecem com a mesma textura estando na água ou não.
Em média,os dedos levam3,5 segundos em água quentepara começarem a enrugar (40 graus Celsius é considerado a temperatura ideal), enquanto pode levar até 10 minutos para nossos dedos enrugarem se submetidos a temperaturas mais baixas (em torno de 20 graus Celsius). E com cerca de 30 minutos embaixo da água,nossas extremidades apresentam o ápice das rugas.
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Em 2003 os neurologistas Einar Wilder-Smith e Adeline Chow, que trabalhavam no Hospital Universitário Nacional de Cingapura, na Ásia,mediram o fluxo sanguíneo nas mãos de voluntários imersos em água. Eles descobriram que quando a pele das pontas dos dedos começava a enrugar, o fluxo sanguíneo para os dedos diminuía drasticamente.
Os neurocientistas entenderam que, quando as mãos são imersas na água, os dutos de suor nos nossos dedos se abrem para permitir a entrada de água, o que gera desequilíbrio dos sais da pele. Essa alteração dos sais aciona as fibras nervosas dos dedos, causando a constrição dos vasos sanguíneos em volta dos dutos de suor. Isso, por sua vez, causa perda de volume na região carnosa da ponta do dedo, que puxa para baixo a pele da superfície que então se distorce, criando rugas.
Um estudo feito com 500 voluntários no Museu de Ciências de Londres, em 2020, mostrou que as rugas nos nossos dedos são essenciais para que os humanos tenham mais fricção entre os dedos e objetos quando estamos dentro da água, fornecendo maior aderência para realizar tarefas mais difíceis em ambientes úmidos. Sem esse mecanismo, nós provavelmente não teríamos a força necessária para realizar algumas tarefas e nossos músculos ficariam ainda mais cansados com o tempo.
