Mais erros em todas as tentativas de Abel Ferreira

O empate sem gols diante do Universitário, no Allianz Parque, garantiu a vaga do Palmeiras nas quartas de final da Libertadores. Mas se o objetivo de Abel Ferreira era usar o jogo como laboratório para encontrar novas soluções, o resultado foi um fracasso.

Abel falhou em quase todos os testes feitos em Palmeiras x Universitário
© Marcello Zambrana/AGIFAbel falhou em quase todos os testes feitos em Palmeiras x Universitário

Com a classificação encaminhada após a goleada por 4 a 0 no Peru, Abel preservou Piquerez e desenhou um time com três zagueiros. O problema é que, sem Bruno Fuchs – o melhor na saída de bola –, a defesa ficou engessada.

Gómez, Murilo e Micael não têm qualidade no passe para quebrar linhas, e a insistência em bolas longas se mostrou novamente improdutiva. Outro erro foi insistir em Felipe Anderson pela ala esquerda.

Improvisos que desconfiguram o ataque

A experiência, repetida após o jogo contra o Botafogo, transformou Felipe em uma espécie de ‘auxiliar de lateral-esquerdo’, o que desperdiça suas principais virtudes ofensivas. Sem Piquerez, o corredor ficou previsível.

No meio, o improviso de Allan como ‘camisa 8’ também não funcionou. Embora tenha tentado algumas jogadas em progressão, mostrou-se inconsistente para uma função que exige muito mais do que arrancadas esporádicas.

Allan foi testado como ‘camisa 8’ e experiência não surtiu efeito no Palmeiras – Foto: Marcello Zambrana/AGIF

Do outro lado, Maurício, escalado aberto pela direita, também sofreu: fora de sua posição habitual, errou passes, não criou e deixou o time sem imaginação. O time teve lampejos quando Khellven entrou no 2º tempo na ‘dobra’ de laterais – já que Giay entrara como titular.

Se o Palmeiras quiser reencontrar a força dos últimos anos, Abel terá de parar de inventar. A fase decisiva da temporada se aproxima: a equipe enfrentará o River Plate nas quartas de final da Libertadores e terá clássicos importantes no Brasileirão Série A.

Hora de parar de inventar e apostar no simples

A receita talvez seja mais simples do que parece: cada jogador em sua posição de origem, menos testes e mais confiança na espinha dorsal que consolidou o time como protagonista na América do Sul.

A hora é de recuperar intensidade, solidez e clareza de funções – três marcas que sempre caracterizaram o Palmeiras de Abel Ferreira em seus melhores momentos. Porque, se continuar tentando encaixar peças fora do lugar, o Verdão corre o risco de ver a temporada ir pelo ralo precocemente.