Nikola Jokic comemorou, na última segunda-feira (12), o primeiro título da história do Denver Nuggets. O sérvio, de maneira indiscutível, recebeu o prêmio de MVP do Finals após empilhar atuações soberbas contra o Miami Heat. Mas o verdadeiro prêmio veio com um pequeno atraso histórico, mas bem justo: Jokic reconhecido como campeão da NBA.
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Há alguns grandes nomes da história que não saíram com um anel de campeão da NBA, casos de Steve Nash, Charles Barkley, John Stockton e Carmelo Anthony. Mas Jokic destoa do quarteto e, em especial, de todo o resto: é um pivô extremamente peculiar. Não é dono do garrafão como um Shaquille O’Neal, nem “apenas” um reboteiro de elite, tal qual um Dwight Howard nos tempos áureos.
Jokic sendo coroado como MVP do Finals. Créditos: Matthew Stockman/Getty Images
Na verdade, o sérvio é um pivô de origem, mas dentro de quadra se torna um camaleão. Ele é um maestro de 2m11. De leitura de jogo invejável, é um armador que passa, conduz e facilita a vida dos companheiros sendo um gigante. Há um magnetismo entre ele e a bola. Sabe a hora de acelerar, assim como cadenciar. Quando sair em transição ou servir alguém em melhor posição para o chute. É um altruísta pouco comum.
Como pivô, sabe os atalhos do garrafão para brigar pelo rebote. E ainda desfila toda a sua versatilidade como cestinha. Seja próximo da cesta, infiltrando com o seu hábil jogo de pés, da meia distância ou, até mesmo, nas bolas 3. Como marcar? É um pacote completo. Ao ponto de fazer cestas improváveis com bolas atrás da cabeça longe do perímetro em cima de Anthony Davis. Que riu, como se admitisse a incredulidade do que o sérvio mostra e vem mostrando.
NIKOLA JOKIC BEATS THE BUZZER, ANTHONY DAVIS CANT DO ANYTHING BUT JUST LAUGH 😂 x.com/ohnohedidnt24/…
Jokic superou problemas de peso, a desconfiança no começo de carreira, controlou os nervos na hora H e se mostrou pronto para o grande palco: os playoffs. Após ser duas vezes eleito como o MVP da temporada regular, faltava o gran finale. Pois bem, veio. Foi o número 1 em pontos, assistências e rebotes da pós-temporada, o único na história com esta trinca. Com mais de 50% de aproveitamento nos arremessos de quadra e 47% nas bolas de 3.
Tornou-se comum olhar as estatísticas: Jokic confirmou mais um triplo-duplo? Foram 29 nesta temporada (8 nos playoffs, um recorde), alcançando a marca incrível de 121 na carreira. Aos 28 anos, é o pivô com mais triplo-duplos da história da NBA. Mais do que os números, o que os significam: um domínio da laranja e, ao mesmo tempo, uma inteligência acima da média para envolver os outros jogadores. Joga para jogar com os demais.
Historic as always 🃏
Como Michael Malone, técnico do Nuggets, bem definiu: um Tim Duncan da nossa geração. Quiçá, consiga melhor. Jokic tem potencial para liderar uma nova dinastia. Se isso vai se concretizar, é precoce afirmar. Mas encerra qualquer porém sobre o seu currículo e, sobretudo, quem ele é. Um pivô à frente de seu tempo. Um estrangeiro que muda o jogo. Que a NBA o agraciou com o merecido título.