O Inter anunciou essa semana a renovação de contrato por mais dois anos com um jogador um tanto quanto controverso, que, por muito tempo, dividiu opiniões na torcida colorada: Rodrigo Dourado. Prestes a completar 26 anos, Dourado atua profissionalmente no Inter – com sequência de jogos - há cinco temporadas. Isso porque, em 2012, portanto há oito anos, nosso eterno capitão Fernandão chegou a aproveitar o volante em um jogo do Brasileirão, contra o Sport.

A renovação e o enigma de Rodrigo Dourado no Internacional
A renovação e o enigma de Rodrigo Dourado no Internacional

Mas foi em 2015 que, de fato, a trajetória de Dourado começou no Inter. Guindado aos profissionais por Diego Aguirre, disputaria posição com dois volantes contratados para a Libertadores: Nilton e Nico Freitas. Firmou-se na primeira função com grandes atuações e jamais deu chance para os concorrentes. Foi um dos grandes nomes colorados naquela Libertadores e chegou a receber sondagens vultuosas da Europa.

Rodrigo Dourado não disputa uma partida oficial pelo Inter há mais de 10 meses. Foto: Getty Images

Rodrigo Dourado não disputa uma partida oficial pelo Inter há mais de 10 meses. Foto: Getty Images

Porém, em 2016, como todo o clube, afundou. Parece contraditório, mas tudo começou em um lance de grande brilho técnico. Na reta final do Brasileiro de 2015 fez uma jogada pelo corredor e deu assistência para Vitinho marcar na vitória contra o Grêmio. Já com Argel na casamata, criou-se, no imaginário coletivo, a ideia de que o volante podia jogar mais à frente. E foi o que aconteceu em 2016.

No fatídico ano do rebaixamento o Inter contratou Fernando Bob, Anselmo e Fabinho para a primeira função, pois pretendia aproveitar Dourado saindo para o jogo. E então, assim como todo o time, o garoto naufragou. Foi pivô de um episódio emblemático onde sofreu uma agressão do lateral Edilson e, expulso, saiu chorando de campo, indignado com a injustiça. O choro acabou sendo associado a uma permissividade e o volante passou a ser muito contestado.

Fez uma boa Série B, oscilando períodos de instabilidade como todo o time, e acabou reencontrando o seu melhor futebol em 2018, ao ser, novamente, fixado na primeira função. Com D’Alessandro no banco, assumiu a braçadeira de capitão. Sob o comando de Odair, teve um excelente desempenho, chegando a ser considerado o melhor volante do Campeonato Brasileiro. E então, chegou 2019. E, com ele, o calvário de Dourado.

Após acelerar a volta em meio à temporada, o volante foi afastado para tratar de uma lesão, de certo modo até misteriosa, pois nunca ficou muito claro o problema clínico, se houve agravamento, se houve uma nova lesão no processo de recuperação ou o problema era mais grave do que se desenhava. Os médicos não falam, o clube pouco se posiciona e o jogador, talvez orientado, também não se manifesta. O fato é que o Inter não conta com o volante há quase um ano.

Considerando a idade, o futebol já apresentado e o histórico no clube, a renovação vem em boa hora. Particularmente gosto muito do futebol, do cidadão, do jogador de futebol Rodrigo Dourado. Em que pese ser uma figura que ainda possa dividir opiniões, jamais faltou empenho, profissionalismo e caráter na sua trajetória com a camisa colorada. Que Dourado possa voltar a exercer sua profissão e reviver os seus melhores momentos, agora com Coudet.