Opinião: Não existe 'dois Danieis' ou 'dois Brunos'; existe apenas um ser humano e não deveria caber 'idolatria' aos Danieis Alves e Brunos da vida

Futebol inspira

“Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?”, esse é um trecho de uma popular canção do grupo Skank que revela a paixão principalmente do brasileiro pelo futebol. A musica segue descrevendo todas as emoções e sentimentos que envolvem esse esporte enquanto descreve a função de cada jogador. O detalhe do ponto especifico que procurei destacar dessa música, mostra justamente a capacidade de inspirar de um atleta.

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Esta semana o lateral direito Yan Couto, da Seleção Brasileira se viu envolvido em uma forte polêmica ao revelar quem era seu ídolo no futebol. O jogador revelou ter em Daniel Alves a sua grande inspiração. Posteriormente o lateral se viu na necessidade de se retratar, afinal foi alvo de duras críticas tendo em vista que Daniel Alves segue preso na Espanha sob acusação de estupro de uma jovem, em uma boate.

Os ‘ídolos’ do futebol

Em sua retratação, Yan Couto tentou dissociar a imagem do jogador de futebol da pessoa Daniel Alves que é acusado de um crime grave. Mas como distanciar a imagem do jogador da personalidade pública que acaba virando uma referencia para tantos jovens e crianças? Jogadores de futebol se tornam ídolos, ou seja, aqueles que são alvo de intensa admiração ou veneração.

Um ídolo se torna um ídolo pelo conjunto da obra. E como já sabemos nesse esporte existe a máxima do “não é só futebol”. Como manter ou incentivar que figuras como Daniel Alves, Bruno, Robinho e tantos outros envolvidos não apenas em escândalos e polêmicas, mas em situações criminosas, possam ser considerados ídolos de uma geração sem que sua conduta como pessoas sejam questionadas? Qual a mensagem que é enviada aqueles que neles se inspiram? A de que um jogador pode tudo desde que jogue bem? Que o crime compensa desde que você conquiste títulos?

Não é sobre o futebol que se joga, é sobre tudo que se inspira. Por que grandes marcas investem em craques para usar os seus produtos? Porque aqueles que o admira iram pagar o preço que for preciso para se parecer com eles, porque querem imita-los. Então não, não é só futebol, é uma vitrine, um molde, uma meta a ser alcançada.

As verdadeiras referências

Ídolos de verdade devem ser considerados personalidades como Gabriel Pec que encantou com sua relação com o menino Gui, mostrando que ídolos se importam com aqueles que cativa. Como Lionel Messi que além de ser um grande craque dentro de campo, ainda mantém uma fundação que promove o acesso à educação e à saúde para crianças em situação de vulnerabilidade social. Ou Zico que é um dos grandes ídolos do futebol brasileiro e ainda é embaixador da ONU para o Desenvolvimento do Esporte. Esses são alguns craques que inspiram, motivam e elevam o esporte. Se partirmos da compreensão de que o esporte é um transformador social, certos craques da bola jamais seriam considerados ídolos do povo.

Confira algumas opiniões: