Panorama das negociações
O Corinthians vive um momento de decisões importantes sobre o futuro do elenco feminino. Ao todo, 11 atletas, além do técnico Lucas Piccinato, possuem vínculo apenas até dezembro, exigindo atenção máxima da diretoria. Em entrevista, Iris Sesso explicou como o clube vem conduzindo esse processo. A dirigente revelou que o planejamento começou ainda no início do ano e que várias conversas já estavam em andamento desde o primeiro semestre. Segundo ela, cada caso é tratado de forma individual, respeitando ritmos e situações específicas de cada atleta.
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Na entrevista, Iris explicou que o Corinthians busca antecipar ao máximo as tratativas. “A gente, no comecinho do ano, ou até mesmo no final do ano passado, já começa a verificar quais atletas vencem o contrato no final do ano. Então, a gente já pega isso, já começa a conversar, faz um planejamento”, disse. Ela destacou que algumas renovações avançam rapidamente, enquanto outras dependem de fatores externos. Propostas do exterior, expectativas pessoais e decisões estratégicas influenciam, e nem sempre a atleta e o staff se sentem seguros em renovar antecipadamente.
Iris também comentou o receio de algumas jogadoras em renovar antes de receber propostas formais. “Eu sinto muito, às vezes, que a própria atleta e o staff não têm ainda essa visão de fazer uma renovação com o Corinthians e, ali, depois, mais pra frente, poder negociar isso”, afirmou. Ela ressaltou que, com contrato vigente, o clube consegue negociar sem que o interessado precise pagar a multa integral. Para a dirigente, existe uma percepção equivocada de que renovar atrapalha futuras transferências, quando, na verdade, pode gerar ganhos para todas as partes.
Jogadoras Corinthians. Foto: Reprodução/Instagram/@_marizanascimento
Visão profissional e saída iminente de Mariza
A possível saída gratuita de Mariza, alvo do mercado mexicano, repercutiu entre torcedores. Iris explicou a postura do clube. “O Corinthians é uma vitrine, a Seleção também. Às vezes, elas não querem renovar logo de cara. A gente não tem como forçar uma atleta, nem um empresário”, destacou. A diretora reforçou que desejos pessoais pesam muito nas decisões. Ela lamentou a reação de parte da torcida, argumentando que é preciso entender o futebol feminino como negócio, com transferências cada vez mais frequentes e estruturadas.
O Corinthians já viveu situação semelhante no ano passado, quando perdeu nove jogadoras sem compensação financeira. Agora, ao menos três podem seguir o mesmo caminho: Mariza, Letícia Santos e Eudimilla. “Eu estou vivendo a mesma situação de 2024 com algumas atletas também, que resolveram esperar o término da Olimpíada e, depois da Copa América para tomar a melhor decisão”, relatou Iris. Mesmo com conversas iniciadas cedo, algumas atletas preferem aguardar janelas e competições importantes antes de definir o futuro.
Apesar das baixas, há notícias positivas: Tamires e Nicole Ramos têm a permanência encaminhada. A diretora reforçou que a renovação pode beneficiar também as atletas, incluindo cláusulas que garantem percentuais em futuras vendas. “Eu acho que é importante não só os clubes ganharem, mas a atleta também”, afirmou. A dirigente destacou que o futebol feminino vive crescimento constante no mercado internacional, tornando essencial que atletas, empresários e torcedores entendam essa nova dinâmica financeira.
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Situação das demais pendências contratuais
Além dos nomes já citados, outras jogadoras importantes têm vínculo próximo do fim: Gabi Zanotti, Erika, Paulinha, Lelê, Kemelli e Gi Fernandes. Iris garantiu que todas estão sendo tratadas com prioridade e cautela, respeitando o momento de cada uma. Para a diretora, o papel da gestão é equilibrar planejamento, competitividade e sustentabilidade financeira. Entre renovações, saídas e negociações em curso, o Corinthians entra no fim de ano com decisões estratégicas que podem redefinir o elenco para 2025.
