O retorno do polêmico treinador

A decisão do Santos em contratar o técnico Kleiton Lima para comandar as Sereias da Vila vem causando uma onda de protestos em jogos da quinta rodada do Brasileirão Feminino.

Jogadoras cobriram as mãos em sinal de silenciamento. Divulgação/Fernanda Luz/Staff Images Woman/CBF.
Jogadoras cobriram as mãos em sinal de silenciamento. Divulgação/Fernanda Luz/Staff Images Woman/CBF.

Em setembro de 2023, o treinador deixou o cargo, após jogadoras do clube enviarem cartas com denúncias anônimas de assédio sexual e moral contra o profissional.

Porém, na última semana, o Santos contratou o treinador. Durante a coletiva de imprensa, Kleiton Lima negou todas as acusações e disse que as jogadoras fizeram um “boicote” contra ele.

Novas denúncias, em reportagens dos portais GE e Fut das Minas, revelaram mais detalhes sobre as atitudes do técnico durante os treinamentos das Sereias da Vila, envolvendo casos de assédio. A situação causou protestos.

Jogadoras de Corinthians e Palmeiras protestam

Na última sexta-feira (12), o Brasileirão Feminino voltou com a sua quinta rodada. A competição tinha sido paralisada por conta da Data Fifa, na qual a Seleção Brasileira disputou a SheBelieves Cup, terminando no terceiro lugar.

O primeiro jogo da rodada foi entre Palmeiras e Avaí/Kindermann, no Estádio Jayme Cintra. As Palestrinas levaram a melhor e venceram com uma goleada de 4 a 0.

O destaque da partida, porém, foi o protesto dos dois clubes sobre o caso envolvendo o treinador do Santos. Durante a execução do hino nacional, as 22 jogadoras colocaram as mãos nas bocas.

O protesto foi em sinal do silenciamento sofrido pelas denunciantes. Já as atletas que vestem as camisas 19, ficaram de costas, em alusão às 19 denúncias feitas contra Kleiton Lima (veja as imagens abaixo).

Clássico é marcado por manifestações

Mais tarde, ainda na sexta-feira, o Santos entrou em campo, na partida que marcou a reestreia do treinador acusado. O confronto foi diante do Corinthians, líder do Brasileirão Feminino.

Durante a execução do hino, as atletas das Brabas também protestaram, colocando a mão na boca, assim como as jogadoras de Palmeiras e Avaí/Kindermann.

Durante a comemoração do primeiro gol, marcado por Vic Albuquerque, algumas atletas voltaram a fazer o gesto, novamente em sinal do silenciamento das denunciantes.

Por outro lado, Ketlen Wiggers, maior artilheira das Sereias da Vila, demonstrou apoio ao treinador. Ao marcar o gol do Santos, a atacante foi abraçar Kleiton Lima. Durante a entrevista pós-jogo, ao ser questionada sobre o gesto, ela falou apenas sobre o gol da derrota, por 3 a 1.

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