Autor de projeto do estádio, Bernardo Farkasvolgyi rebate contestações

Projetista da Arena MRV rebateu críticas nas redes sociais.
© Gilson Lobo/AGIFProjetista da Arena MRV rebateu críticas nas redes sociais.

Nos últimos jogos do Atlético-MG, alguns torcedores alvinegros passaram a criticar com maior frequência o projeto do novo estádio atleticano, a Arena MRV, sob diversas acusações.

O estádio, inaugurado no dia 27 de agosto de 2023, na vitória diante do Santos por 2 a 0, pelo último Campeonato Brasileiro, já foi motivo de crítica de alguns torcedores do Galo, especialmente por sua acústica.

A principal reclamação da torcida com a Arena MRV, é de que o estádio não apresenta características de um “caldeirão”, e que não reverbera os cânticos da torcida alvinegra.

Para rebatê-las, o Bernardo Farkasvolgyi, arquiteto reponsável por projetar o equipamento, usou o Instagram nesta sexta-feira (12) para se manifestar em relação, em especial, ao mais debatido: a acústica do estádio.

Arquiteto da Arena MRV responde a críticas; Atlético procura providências

Arquiteto responsável pelo projeto da nova casa atleticana, Bernardo Farkasvolgyi, é um dos sócios da Farkasvölgyi Arquitetos Associados, renomado escritório de arquitetura em Belo Horizonte, e foi contratado pelo clube para o desenho da Arena.

Embora diga não ser um dos responsáveis técnicos pela acústica do estádio, o arquiteto reforçou que o local foi elaborado para ser um “caldeirão” e mencionou que o Galo deveria cumprir premissas de isolamento acústico da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para viabilizar a execução da obra, como a instalação de uma lã de rocha, que é um isolante térmico e acústico.

Para resolver o problema com relação a acústica do estádio, o clube procurou maneiras para tentar transformar a Arena em um caldeirão, conforme pedido pelos atleticanos. Em entrevista ao No Ataque, o CEO do clube, Bruno Muzzi, declarou que o clube tomará providências:

“Vamos colocar mais 20 subwoofers (aparelho de reprodução sonora desenvolvido para reproduzir as frequências de som) ali, graves de alta performance para poder melhorar a pressão sonora em shows e também nos dias de jogos. E a gente está trabalhando também em uma nova concepção para poder tentar reverberar um pouco mais do barulho ali para dentro. Então, está tudo planejado, dentro do script”, disse o dirigente atleticano.

Nota oficial do arquiteto da Arena MRV sobre a acústica do estádio

A Arena MRV precisa melhorar?

A Arena MRV precisa melhorar?

Sim, todo estádio precisa melhorar
Não, ela está ótima como está

28 PESSOAS JÁ VOTARAM

Olá, sou Bernardo Farkasvolgyi, arquiteto responsável pelo projeto de arquitetura, pela compatibilização de todos os projetos complementares e também pelo detalhamento da Arena MRV. Mais do que isso, sou atleticano fanático e também sou conselheiro do clube.

Nos últimos dias surgiram muitos questionamentos sobre a acústica no estádio. Antes de qualquer coisa, quero dizer que a Arena é o projeto mais importante da minha vida. É como se fosse realmente um filho para mim. Assim como é importante para mim, também é para todos os envolvidos. Por isso, não posso falar por eles, muito menos pelos responsáveis técnicos do projeto acústico.

Contudo, é importante destacar que sim, o projeto de arquitetura da Arena foi planejado para ser um caldeirão. A começar pela proximidade da torcida com o campo de jogo, mas as ideias iniciais da arquitetura devem ser seguidas e executadas nos demais projetos.

Vale lembrar também que o projeto de acústica da Arena MRV foi concebido com o foco nas premissas de licenciamento perante a Prefeitura de Belo Horizonte. A partir das exigências legais, buscou-se por meio da absorção do som, garantir ou mitigar os efeitos que a edificação e seus usuários poderiam gerar a vizinhança, desde os moradores até a fauna local.

Mas reitero, neste quesito, não posso avaliar tecnicamente, já que não é a minha área de atuação. Assim como não sou responsável por tantos outros projetos como o estrutural, incêndio, elétrico e até pela construção. O nosso escritório atuou na compatibilização destas disciplinas, de forma a possibilitar que os todos os projetos tivessem condições de serem executados, respeitado os preceitos da sua autoria e das responsabilidades aplicadas.

Portanto, aferir, definir e ponderar sobre as questões acústicas caberá aos profissionais e empresas envolvidas em seu desenvolvimento, onde a Farkasvölgyi contribuiu pouco, já que não é a sua expertise. Essas empresas, embasadas em seus conhecimentos técnicos, estudos, ensaios e laudos, podem elucidar a comunidade os caminhos adotados, bem como os próximos passos que podem ser alinhados com a direção do Clube e da Arena.

O Atlético já sinalizou que o tema segue em avaliação, objetivando ações para o enriquecimento da sonorização interna, além dos estudos de concepção física capazes de contribuir para a reverberação do som. Desta forma, tenho certeza que a nossa diretoria, que é muito competente, apresentará uma solução para a torcida.

Por fim, destaco que a minha paixão pelo Galo faz as pessoas pensarem que sou o responsável por tudo na Arena.
E não é bem assim! Sou apenas o privilegiado por receber a honra de ser arquiteto desta obra, que inclusive já recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Tenho certeza que a nossa casa ainda será palco de muitas vitórias e conquistas. Porque aqui é Galo!