Faltam menos de 100 dias para a Copa do Mundo no Qatar e segundo o técnico Tite e o auxiliar Cléber Xavier, ainda existem dúvidas sobre a lista final dos jogadores que irão vestir a camisa canarinho e brigar pelo hexacampeonato da Seleção Brasileira no Mundial. Diga-se de passagem, o treinador e o auxiliar citaram Pedro, do Flamengo, como uma das possibilidades para a competição. “Tem. Não é ser simpático e proforma. É porque não está (fechada) mesmo. Comentamos a competição dos atletas, o Cleber falou especificamente do Pedro.”, disse Tite em entrevista exclusiva ao GE. 

Foto: Allan Carvalho/AGIF | Tite admitiu que falta um jogador com a característica de um clássico camisa 10
Foto: Allan Carvalho/AGIF | Tite admitiu que falta um jogador com a característica de um clássico camisa 10


Cléber Xavier afirmou que a lista pode surpreender, já que em todos os setores tem atletas em processo de observação. “Não fechamos a lista. Em todos os setores. A gente trabalha com 3 ou 4 jogadores por posição para não ficar na mão, na dúvida, por situação de lesão, de perda. Por isso não está fechado. Na frente, são as características dos atletas, tem muitos com característica diferente, externo, um contra um, atacante pivô que faz sustentação e agride espaço, meio-campista que vai entrelinhas, que dê ritmo. Ter todos os atletas e o mais importante é que todos se sintam pertencentes ao processo. Isso que mantemos relações fora das convocações. Tem jogadores que não vem há duas ou três convocações e podem aparecer agora. Estamos acompanhando e inclusive mantendo contato", explicou o auxiliar.

Tanto Tite quanto Cléber Xavier afirmaram que, apesar da qualidade dos jogadores e da variedade de características, falta a Seleção um camisa 10 clássico. “O Leonardo (Oliveira), comentarista da RBS, falou uma coisa interessante. O 10 clássico que nós tínhamos, Douglas vamos colocar, D'Alessandro, especificamente, foram diluídos no 11, no 7 e no 8 até no 5. É a observação perfeita. Não temos mais o jogador específico com essa característica. Essas combinações, diluir essas características em diferentes em atletas passa a ser importante.”, avaliou o treinador.

De acordo com Cléber, atualmente a equipe conta com zagueiros construtores. “O 10 é o construtor. Onde se constatou o construtor jogar, na entrelinha, no bloco defensivo do adversário, por trás, o externo de fora flutuando para construir. Temos hoje zagueiros construtores. Interessante, me dá um gancho. O fisiologista e a comissão fizeram um estudo e buscaram na Liga Espanhola. Colocou que de 2013 a 2022, quase isso, o ritmo do jogo, o volume percorrido, permanece inalterado. O que muda é a velocidade de movimentos de 10 ou 20 metros. Um detalhe técnico que ficou observado que quero colocar: há um processo físico de evolução e um processo que o número de participações do zagueiro tornou-se 30% maior que outros jogadores. Equipes compactam e dão liberdade aos zagueiros para criar. Há necessidade ter defensores com boa qualidade do passe.”, revelou.