Nesta semana, o técnico da seleção brasileira feminina de vôlei, José Roberto Guimarães, participou do podcast “Na Rede com Nalbert”. Entre tantas respostas, o tricampeão olímpico – um ouro no masculino e dois no feminino – revelou que está repensando a ideia de seguir no comando da equipe verde-amarela para os Jogos Olímpicos de Paris-2024, depois da prata em Tóquio, neste ano.
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“Tem grandes possibilidades, mas tem muita coisa para acontecer. Se bem que quando saiu a convocação para o Sul-Americano, que está chegando, já choveram críticas. Gente falando que eu tinha convocado o mesmo time da Olimpíada. Mas vale lembrar que o Sul-Americano é classificatório para o Mundial, e nós não tivemos como treinar outro grupo. Temos que ir com força total, sim”, comentou o técnico, que já tem o Campeonato Sul-Americano, que começa em setembro, pela frente.
O experiente treinador também falou sobre o último ciclo olímpico e das dificuldades encontradas durante todo o processo, até os obstáculos ultrapassados para chegar à disputa do ouro, no Japão, contra a seleção dos Estados Unidos. Situações de fora de quadra influenciaram toda a caminhada.
Zé Roberto foi prata em Tóquio, ao lado de suas comandadas (Foto: Getty Images)
“Foi o ciclo mais difícil e complicado de todos. O mais mexido – durante esse período tivemos diversos pedidos de dispensa, contusões de jogadoras. Foi um sofrimento até chegar nesse grupo que disputou as Olimpíadas. A gente sabe que o brasileiro gosta de esporte, mas ele gosta mais de ganhar”, revelou Zé Roberto, que ainda falou sobre as ocorrências de Macris, que se machucou, e Tandara, que foi pega no exame antidoping.
“O time se uniu muito com essas situações. Depois da lesão da Macris, a cada treino todas as jogadoras iam para o quarto dela mandar energia boa e dizer ‘nós precisamos de você’. Eu mesmo fazia questão de ir vê-la na fisioterapia sempre. Elas começaram com um lema, o ‘bora querer’, e isso pegou. Fiquei sabendo (da Tandara) às duas da manhã, e quando deu umas sete horas recebi uma convocação para conversar sobre o assunto e os procedimentos que seriam tomados. Chamamos ela, chorava copiosamente e dizia que não tinha tomado nada, estava arrasada. Foi duro, a gente queria dar um afago, um carinho. Depois disso, decidimos que seria melhor ela não encontrar o grupo. A gente tinha treino, e seria uma choradeira”, finalizou.