A menos de 20 dias após o fim dos Jogos Olímpicos de Tóquio, na edição em que o skate estreou na cartela de esportes e o Brasil se mostrou um verdadeiro antro de atletas da modalidade, tendo um trio de prata (Kelvin Hoefler e Rayssa Leal, na categoria street; e Pedro Barros, no park), o skate vem mostrando tamanho crescimento a ponto de as escolas terem filas de espera, as prefeituras Brasil afora discutirem projetos de construção de novas pistas e as fábricas dobrarem a produção.

Pedro Barros, que conquistou a prata na categoria park. (Foto: Getty Images)
Pedro Barros, que conquistou a prata na categoria park. (Foto: Getty Images)

 

 

Conforme foi apresentado na matéria do Estadão Conteúdo e divulgado pelo site Isto É, mal acabaram os Jogos Olímpicos de Tóquio que mostraram as pratas da casa para o mundo, e os estados brasileiros já vêm vivendo uma verdadeira febre do skate.

 

 

Para se ter uma ideia, nos últimos dias a imprensa nacional tem noticiado o aumento da procura por skates para a compra, cujos valores variam entre R$ 100 a mais de R$ 300, dependendo do estilo (se é street, se é longboard) e o material (o shape clássico de madeira, ou um skate de plástico), tamanho etc. E claro, com o aumento das vendas, algumas fábricas tiveram de dobrar a produção de peças, para conseguir atender a demanda.

 

 

 

 

O Estadão, que apurou as histórias e números divulgados no Isto É, visitou uma fábrica, a da Decks Brasil, no interior de São Paulo, e relatou que no galpão onde as atividades da fabricante se dão, cerca de 15 funcionários têm produzido aproximadamente 500 shapes por semana. A produção aumentou com a pandemia, para conseguir atender ao crescimento de 600% das vendas via internet/e-commerce.

 

 

 

 

Paralelamente, o número de interessados em aprender do zero — ou ainda se aperfeiçoar sobre o shape com rodinhas — têm crescido. Ainda conforme o conteúdo divulgado pelo site Isto É, na escola Hi Adventure, que fica em Florianópolis, por exemplo, o professor Affonso Muggiati contou que desde que passou a ensinar a modalidade esportiva, há 17 anos, jamais viu uma procura tão grande como esta pós-Olimpíadas:  “A procura não é só de crianças e adolescentes, mas adultos também”, disse o instrutor de 45 anos, que atuou por 26 como profissional e hoje também é juiz da Confederação Brasileira de Skate (CBSK).

 

 

 

 

Dentre as alunas que Affonso Muggiati ostenta em seu currículo, estão Yndiara Asp e Isadora Pacheco, que competiram em Tóquio, na categoria park. Conforme a fala dele, 50 alunos viraram 100 neste período pós-Jogos de Tóquio, e já existe fila de espera para se aperfeiçoar no skate. Lá, na Hi Adventure, o curso de skate com uma aula por semana, com duração de uma hora, custa R$ 250 reais, e duas por semana totalizam R$ 400; em turmas com, no máximo, até seis alunos.

 

 

 

 

 

 

 

Mais pistas para prática do skate

 

 

 

Para conseguir suprir a demanda de procura, compra e venda e colocar o skate para rodar, de fato, algumas prefeituras já têm anunciado projetos de criação de novas pistas e nos últimos dias algumas foram inauguradas também. Como é o caso da nova de Jundiaí, inaugurada pelo medalhista Pedro Barros, nesse sábado (21).

 

 

 

 

 

Como mostrou a matéria divulgada pelo Isto É, em Fortaleza construíram uma pista dentro de um shopping. Porto Alegre crava que até setembro deve entregar a maior pista da América Latina para prática da modalidade. E a Prefeitura de São Paulo sinalizou que vai construir mais três pistas nos próximos anos — até então são 113.

 

 

 

Melhorias no skate profissional

 

 

 

Depois dos Jogos Olímpicos, também surgiu uma novidade quanto ao treinamento dos skatistas profissionais: em parceria com a Prefeitura de Campinas, o Ministério da Cidadania e a Confederação Brasileira de Skate (CBSk) vão construir o primeiro Centro Olímpico de Skate do país. Uma instalação que será como a Granja Comary, mas própria para o skate, cujo investimento será de R$ 8 milhões e tem entrega prevista para o segundo semestre de 2022.