Um problema judicial bateu à porta de São Januário. A empresa “Marcelo D’Araujo Fornecimento de Alimentos LTDA” pediu a prisão do presidente Jorge Salgado, que responde pelas questões legais do clube. O pedido alega desobediência judicial e requisita que o mandatário Cruz-Maltino apresente em juízo “todas as fontes de renda do clube tal qual apresentadas no balanço contábil como recebíveis, incluindo as novas negociações de jogadores de forma que justifique a inadimplência e ou seja provada a evasão fiscal”. A apuração é do portal Esporte News Mundo.

Foto: Site Oficial Club de Regatas Vasco da Gama - autor: Jorge Porci
Foto: Site Oficial Club de Regatas Vasco da Gama - autor: Jorge Porci

A reportagem levantou todos os detalhes do processo que corre na 34ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). A ação ocorre desde 2018, em 2019, a empresa e o clube firmaram um acordo homologado na Justiça. Entretanto, o caso volta a ser analisado após a empresa alegar que o Gigante da Colina está inadimplente sobre os pagamentos determinados em tal acordo.

Nos argumentos da empresa, contas a seguinte argumentação: “Como já devia ter sido previsto, o Clube novamente ludibriou o exequente, não cumprindo com o acordo, se fechado ao diálogo e contratando nova consultoria. A estratégia é a mesma independente da gestão ou dos gestores envolvidos, ao ponto de ser possível especular se se trata de alguma orientação institucional. O clube assume as responsabilidades, extrai o máximo de seus atletas, funcionários, colaboradores e fornecedores, acumula uma dívida alta que é a todo custo empurrada para próxima gestão”.

Na sequência, a empresa cobra a dívida em seus valores atualizados de  R$ 1.650.714,56, com a seguinte alegação: “Ao aderir ao referido acordo, o Vasco renunciou a todo e qualquer expediente para discutir o crédito, além de ter escolhido os parâmetros de cálculo de atualização da dívida e de um eventual retorno da execução, preceituando ainda a multa condenatória e os honorários advocatícios”.

Trecho do documento encaminhado à Justiça pela empres (Foto: Reprodução site Esporte News Mundo )

Trecho do documento encaminhado à Justiça pela empres (Foto: Reprodução site Esporte News Mundo )

A empresa ainda focou fontes de renda do Vasco, com o objetivo de que sejam definidas penhoras de créditos provenientes da Vasco TV, Record TV, sócio-torcedor, Kappa, bancos Safra e BMG, Havan e Confederação Brasileira de Futebol. Os pedidos vão além, e provocam a Justiça a acionar entidades do Futebol: “que as entidades reguladoras do futebol Ferj, CBF E Fifa sejam intimadas para que informem em Juízo os valores recebidos pelo clube por transferência de jogadores, premiações e afins no período de setembro de 2020 até a recém classificação do clube para a fase subsequente da Copa do Brasil”.

A apuração questionou o Vasco que informou não comentar publicamente ações judiciais em andamento, mas a empresa retornou a sondagem do portal ENM por meio do proprietário, que justificou:  

“Prestamos serviços ao Club de Regatas Vasco da Gama, na parte de alimentação, fornecendo toda a alimentação de atletas e funcionários no período de 2009 até fevereiro de 2018, quando o clube rescindiu o contrato e não pagou nada dos 7 meses em aberto e nem multa contratual, originando uma dívida de quase 4 milhões. Foram feitos 4 acordos e nenhum deles foi cumprido, originando um acréscimo de 30% do valor em dívida, mais juros e correções. O processo já transitou em julgado não cabendo mais recurso, inclusive o clube sendo condenado a pagar mais de 30 mil reais em custas judiciais”, respondeu o dono da empresa que aciona o clube.