Papa Francisco e a relação com o futebol
O Papa Francisco, torcedor fervoroso do San Lorenzo, da Argentina, faleceu nesta manhã aos 88 anos, informou o Vaticano. A causa da morte não foi divulgada. Em comunicado, a Igreja anunciou que o Bispo de Roma “retornou à casa do Pai” às 7h35, destacando sua vida dedicada ao serviço religioso.
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Além da sua devoção religiosa, o Papa também tinha uma grande relação com o futebol, especialmente ao seu amado clube argentino. A ligação do Papa com o San Lorenzo começou ainda na infância, influenciado pelo pai, que jogava basquete pelo clube e o levava ao estádio no bairro de Almagro.
Jorge Mario Bergoglio, nome de batismo do Papa Francisco, era sócio do San Lorenzo e mantinha uma relação próxima com o clube. Em 1998, chegou a ser retirado do vestiário pelo então técnico Alfio Basile, que considerava que a presença do religioso antes das partidas poderia trazer azar. Francisco tinha a tradição de benzer os jogadores.
Mas, não foi azar que Francisco trouxe ao time argentino. Após ser eleito Papa em 2013, ele virou símbolo de sorte para o San Lorenzo. No mesmo ano, o clube voltou a conquistar o título argentino após seis temporadas. Em 2014, veio a consagração: o time venceu a Libertadores pela primeira vez na história, superando o Nacional do Paraguai na final.
Preferência por Pelé
Em 2023, ao ser questionado em entrevista à RAI sobre quem escolheria entre os ídolos argentinos Maradona e Messi, o Papa Francisco foi direto: elegeu Pelé como o maior jogador da história do futebol: “Eu coloco um terceiro: Pelé. São os três que eu segui. Maradona, como jogador foi um grande, um grande. Mas, como homem, falhou.”
“Messi é corretíssimo. É corretíssimo. É um senhor. Mas, para mim, desses três, o grande senhor é Pelé. Um homem de um coração…Eu falei com Pelé uma vez, o encontrei em um voo, quando ia a Buenos Aires, conversamos. É um homem de uma humanidade muito grande, mas os três são grandes”, disse o pontífice.
Papa Francisco faleceu aos 88 anos. Foto: Pier Marco Tacca/Getty Images
Na mesma entrevista, Francisco recordou o encontro que teve com Maradona e lamentou a trajetória conturbada do ídolo argentino, marcada por polêmicas dentro e fora dos campos: “O coitado escorregou na corte daqueles que o bajulavam, mas não o ajudavam. Ele veio me ver aqui, no meu primeiro ano de pontificado. Depois, o coitado, teve seu fim. É curioso, tantos esportistas acabam mal. Também no boxe, muitos terminam mal. É curioso.”
Sorte para a Argentina
O Papa Francisco não foi pé-quente apenas para o seu clube do coração, o San Lorenzo. Sob seu pontificado, a Seleção Argentina também voltou ao topo do futebol mundial. Em 2022, após um jejum que durava desde o título no México, em 1986, os hermanos conquistaram a tão sonhada Copa do Mundo.
Um dia antes da final da Copa do Mundo no Catar, contra a França, o Papa Francisco abençoou uma camisa da Argentina. No dia seguinte, a equipe de Messi conquistou o título após um empate por 3 a 3 no tempo normal e vitória por 4 a 2 nos pênaltis. No dia seguinte, o cardeal Leonardo Sandri afirmou que o Francisco estava “muito feliz” com a conquista do tricampeonato da Argentina.
