Em 2017, o Palmeiras chegava às capas de jornais pela América do Sul e do mundo inteiro ao anunciar a contratação de Miguel Borja. O atacante era a sensação do continente após o título da Libertadores defendendo a camisa do Atlético Nacional (COL) e foi eleito o "Rei das Américas", honraria dada pelo jornal uruguaio El País para o craque do ano anterior. Com ajuda da Crefisa, de Leila Pereira, o então direto de futebol Alexandre Mattos voou a Medellín e conseguiu concretizar a compra por 10,5 milhões de dólares (cerca de R$ 33 milhões na cotação da época). 

Palmeiras é pego de surpresa por novidade da Fifa em relação a "caso Borja"
Palmeiras é pego de surpresa por novidade da Fifa em relação a "caso Borja"

Era, sem dúvidas, a contratação mais cara da história do Palmeiras, que ainda se mantém, e a expectativa em cima do camisa 9 era altíssima. Entretanto, após três temporadas, o desempenho do goleador foi bem abaixo da média. Nem mesmo no título brasileiro de 2018 ele foi protagonista, já que Luiz Felipe Scolari apostava em Deyverson como titular do setor alviverde. 

Borja marcou 36 gols em um total de 112 partidas com a camisa do Palmeiras. Foto: Getty Images

Borja marcou 36 gols em um total de 112 partidas com a camisa do Palmeiras. Foto: Getty Images

O jeito para recuperar, pelo menos parte do investimento, foi emprestar Borja no início da temporada. O centroavante foi cedido ao Junior Barranquilla (COL) até o fim desta temporada e, por conta da interrupção do calendário mundial devido à pandemia do novo Coronavírus, o atleta pode se ver na Colômbia por mais tempo do que o previsto. No fim da noite desta quarta-feira (22), todavia, o Palmeiras recebeu uma péssima notícia vindo de solo colombiano.

O Atlético Nacional divulgou, em suas redes sociais, a decisão da Fifa, que dá razão ao clube na cobrança de uma dívida de 3 milhões de dólares (cerca de R$ 16,3 milhões na cotação atual) ao Verdão pela contratação do centroavante. O presidente Maurício Galiotte tem 45 dias para pagar o montante referente a agosto do ano passado, que faz alusão aos 30% dos direitos do atleta, que ainda pertencem ao clube de Medellín.

Quando o Palmeiras contratou Borja, em 2017, aceitou uma cláusula em contrato que obrigava o pagamento de 3 milhões de dólares ao Nacional em caso de não venda do atacante ao mercado europeu. O documento exigia que os palmeirenses pagassem a quantia em outubro do ano passado - o que daria 100% dos direitos do atleta ao Alviverde -, o que obviamente não aconteceu. 

 

 

O site Torcedores.com, por meio do jornalista Marcel Thomé, apurou o lado do Palmeiras no imbróglio. Segundo a reportagem, "o Verdão entendia que não havia um prazo estabelecido em contrato para o pagamento, portanto a dívida não foi executada em agosto do ano passado". Em 112 jogos pelo Allianz Parque com o manto alviverde, Miguel Borja marcou 36 gols.