Os clubes brasileiros estão procurando formas de sobreviver em meio ao período sem jogos por conta da pandemia de coronavírus. Sem entrar em campo, as equipes já encaram um cenário de diminuição de receitas, com a crise batendo à porta diante do tempo sem jogos e a inexistência de uma data para a bola voltar a rolar. No Cruzeiro, a diretoria tomou duas medidas que afetaram os jogadores.

Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro/Divulgação
Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro/Divulgação

A alta cúpula deu férias coletivas para o elenco até o dia 21 de abril. Após esta data, os salários de atletas e funcionários serão cortados em 25%. A diminuição nos vencimentos tem sido pauta em praticamente todos grandes clubes e gerando diferentes interpretações. Na última semana, o lateral Guilherme Arena, do rival Atlético-MG, demonstrou descontentamento com a medida. 

Léo: um dos líderes do elenco celeste (Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro/Divulgação)

Léo: um dos líderes do elenco celeste (Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro/Divulgação)

"Acho que não justifica (redução). Está paralisado porque deve paralisar, você vê na televisão pessoal comentando para evitar ficar na rua porque a coisa é muita séria, e eu acho que a gente, jogador, não tem nada a ver com isso. Temos que seguir as coisas que o pessoal vem passando na TV, o que os doutores falam. Essa redução de salário, na minha opinião, não convém porque é o mundo que está paralisando", causou polêmica o defensor. Apesar da declaração, o Galo também reduziu em 25% os salários. 

Do lado azul de Minas Gerais, o zagueiro Léo, um dos líderes do elenco, em entrevista à ESPN, foi na contramão do jogador atleticano. O defensor rebateu foi direto e afirmou ser inevitável que os atletas acabem atingidos pelos efeitos da crise. “A questão de concordar é muito específica. O Brasil todo passa por situação difícil com a crise financeira. Dos grandes empresários, aos patrocinadores do clube, ao vendedor de picolé na rua, ao cara que tem um comércio. Muitos estão passando por dificuldades financeiras por não poder praticar suas atividades e acaba afetando o futebol. Você não pode abrir estádio, não tem jogo, os patrocinadores paralisaram seus patrocínios e a dificuldade vem”, disse.

Os jogadores não são diferentes. Não adianta a gente só pensar na gente e dizer que não concorda. Não tem isso. É uma questão global. O jogador de futebol está nessa fatia. O clube é seu pagador de salários, passa por dificuldades, e a gente participa dessa fatia. São questões que a gente se adequa também (...) Nós, jogadores brasileiros, vamos sofrer e entrar na redução de salário. É inevitável. Tomara que essa pandemia passe o mais rápido possível", completou Léo.