Andrés Sanchez, prestes a deixar o cargo de presidente do Corinthians, concedeu entrevista ao Globoesporte.com e revelou um ato que segundo ele próprio, era digno de impeachment. A declaração se refere à contratação do meia Franzinho, aos 27 anos, pela categoria sub-23 do clube de Parque São Jorge.
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O negócio realizado em 2019, para o mandatário, está na lista dos maiores erros cometidos durante sua gestão: “Merecia o impeachment. Não queriam me dar um impeachment para cima e para baixo? Esse era um motivo. Lógico que era. Como o presidente contrata um jogador com 27 anos para o sub-23? Faz contrato, paga salário. Tinha que ter impeachment. Mas eles achavam que impeachment era o déficit do balanço” revelou com ironia.
O negócio foi feito para satisfazer uma solicitação de conhecidos e do pai e conselheiro do Timão, Fran Papaiordanou. Mesmo com o pedido atendido, o conselheiro esteve fechado com Mario Gobbi na última eleição. Gobbi foi nome de oposição ao grupo de Andrés Sanchez na eleição de novembro.
“Ele (Franzinho) sempre esteve na base no Corinthians. No começo era só para treinar (no sub-23). Depois o pai pressionou para ter contrato, depois pressionou para ter salário, depois para ser titular. Aí passou do limite”, abriu o jogo. Na sequência das confissões, ponderou sobre seus métodos utilizados: “Eu sabia. Não me arrependo, pelo garoto jamais, eu sabia que seria criticado, faz parte do processo, nem sempre dá para fazer do jeito que você acha que tem que fazer. Às vezes tem que ceder algumas coisas. E não foi por causa do Fran, foram por amigos em comum, e eu cedi à pressão. Assumo totalmente a responsabilidade”.
A categoria sub-23 do Corinthians é pivô de polêmicas entre torcida e o clube. Muitos afirmam que a base que serviria para revelar jogadores, não faz seu papel, e o clube acaba contratando inúmeros atletas que não vingam com o manto do Coringão. Andrés admite o erro.
“Eu fiz o sub-23 com consciência. Lógico que no segundo ano foi diferente. Muito jogador não comprou a ideia do sub-23. Tinha jogador do Corinthians que estourava a idade da base e preferia ir para o Oeste, para o Joinville, para o raio que os parta e não para o sub-23. Hoje o jogador do Corinthians que estoura a idade entende que o sub-23 é o caminho dele para o profissional. Perdemos muito jogador (no passado) por não ter o sub-23. Everton Ribeiro, Weverton, Antonio Carlos, um monte de jogador que não jogava no profissional, não podia jogar no sub-20 e ficava lá treinando dois meses, cinco meses, dez meses, um ano”, enfatiza o em breve ex-presidente do Timão.
O futuro presidente, que assume no começo de janeiro de 2021, Duílio Monteiro Alves, tem como meta preservar o sub-23, com possíveis progressos e avanços. Sanchez foi presidente do Corinthians por dois mandatos. De 2007 a 2011 e de 2018 ao final deste ano de 2020.
