Recentemente o noticiário sobre o mercado da bola foi inundado de informações sobre a possível saída de André para a Europa. O Liverpool, da Inglaterra, colocou a Cria de Xerém como prioridade e o Tricolor se posicionou de imediato sobre a possível transferência.
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O tradicional Clube inglês chegou com força para levar o volante do Time de Guerreiros e a direção do Flu recusou uma oferta de mais de 100 milhões de reais. Contudo, para o jornalista Rodrigo Capelo, especialista em negócios do esporte, o Nense se equivocou, pelo fato de estar em uma situação complicada em seus cofres.
“O Fluminense recebeu recentemente uma proposta do Liverpool para vender o André de R$ 160 milhões, que foi recusada. De um ponto de vista meramente financeiro, se a gente for analisar a situação financeira do Fluminense, recusar essa proposta é uma irresponsabilidade. É um clube que está praticamente falido”, iniciou Capelo, no programa Redação Sportv.
Na sequência, o especialista detalhou a situação interna do Clube: “Ah, mas está na Libertadores, está bem em campo, Diniz está mandando bem”. Sei de tudo isso, mas é um clube com situação financeira bem delicada. É um clube que arrecada no ano de R$ 200 a R$ 300 milhões e tem uma dívida acima de R$ 700 milhões. É um clube que faz muito esforço para manter o salário dos jogadores, as imagens em dia, para que isso não vire um problema em campo, e tem absoluta dificuldade para manter seus outros custos em dia e pagar os outros credores”.
O Fluminense deveria agir pensando nas finanças e agilizar a venda de André de imediato?
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Capelo fez uma ponderação sobre a escolha do Flu: “Este Fluminense recusou R$ 160 milhões porque, primeiro, o Fernando Diniz foi contra. Ele conta com o jogador e precisa dele. E também, por uma questão de futebol brasileiro, que temos que entender o lado do presidente, é que eles estão bem próximos de chegar a um título de Libertadores. Se vende um jogador que seja, e os torcedores, jornalistas e influenciadores entenderem que foi pela venda que perdeu esse título, é a integridade física do presidente que está em jogo. É uma decisão superdifícil de ser tomada. Todo mundo da diretoria do Fluminense sabe que foi algo temerário e irresponsável. Mas, diante de como funciona o nosso futebol e dos riscos envolvidos, eles recusaram”.
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Entretanto, a recusa em vender André, tem consequências: “Quando você não tem R$ 160 milhões entrando na conta por uma venda de jogador e toda essa situação financeira complicada, você vai atrás de dinheiro emprestado. Por isso que essa antecipação de dinheiro da liga encaixa. Só que o dinheiro da liga não é receita, é dívida. O clube, em nome do desempenho esportivo em campo, recusa uma proposta superimportante, deixa de arrecadar e se endivida ainda mais. Se vencer ou não vencer a Libertadores, o problema ficou. Vai ter que ser resolvido depois. E, quando isso se acumula de ano em ano, de década em década, os clubes vão quebrando. Do ponto de vista meramente financeiro, teria que ter vendido e sair correndo no gramado do Maracanã agradecendo a Deus. Porque R$ 160 milhões é muito dinheiro”, finalizou.