A partir deste domingo (15), começa o Australian Open, primeiro Grand Slam da temporada de tênis. Entre os homens, Novak Djokovic chega com o status de favoritismo destacado em busca de levantar a décima taça em solo australiano. Já Rafael Nadal vem como uma incógnita após desempenhos abaixo do esperado nas últimas partidas. Saiba como chega os principais nomes e quem vale ficar de olho em nossa análise pré-Australian Open! 

Australian Open: Com Djokovic 'favoritaço' e Nadal como incógnita, saiba os principais candidatos ao título
© Créditos: Graham Denholm/Getty ImagesAustralian Open: Com Djokovic 'favoritaço' e Nadal como incógnita, saiba os principais candidatos ao título

Djokovic: o nome a ser batido

Deportado da Austrália em 2022, Djokovic recebeu o sinal verde para entrar no país neste ano e mostrou que segue em alto nível dentro de quadra. Na preparação, um indício do que poderá ser visto em Melbourne: campeão em Adelaide sem deixar dúvidas. Uma lesão na perna durante um treinamento na última semana assustou, mas não aparenta ser nada que venha a afetar seriamente o seu desempenho. Com uma boa chave, sem grandes adversários, Nole demonstra que "perde" somente para ele mesmo no caminho para o 22º Grand Slam. 

Em entrevista ao Bolavip Brasil, Sylvio Bastos, treinador e comentarista de tênis dos canais ESPN, enxerga um começo de trajetória sem grandes ameaças para o sérvio, que estreia contra o espanhol Roberto Carballés Baena. 

"Não vejo nas primeiras rodadas nenhum tipo de dificuldade de alguém que possa surpreender ou criar algum problema. Depois, ele pode pegar o [Aslan] Karatsev, um nome perigoso. O cabeça do quadrante dele seria o [Grigor] Dimitrov, a quem não vejo suportando ficar cinco sets para incomodar, nem o Karatsev. Ele tem três primeiras rodadas para chegar fortalecido onde, teoricamente, os problemas possam aparecer. Talvez, o Kyrgios 'jogando' com a própria torcida. Eu vejo Djokovic muito grande no torneio", avalia. 

Nadal defende o título do ano passado. Créditos: Darrian Traynor/Getty Images

Nadal defende o título do ano passado. Créditos: Darrian Traynor/Getty Images

Nadal: chega cercado por dúvidas

Apesar de ser o cabeça 1, Nadal desembarcou em Melbourne com alguns pontos de interrogação. Físico, chave ingrata (estreia contra o britânico Jack Draper, 40º do ranking), retrospecto negativo (duas derrotas seguidas na United Cup) e falta de tempo em quadra são alguns dos obstáculos que interferem na preparação e confiança do espanhol. A má fase não impede que Rafa seja completamente descartado pela corrida do tri na Austrália. 

"O principal fator para ele estar entre os favoritos é o Grand Slam ser jogado em cinco sets", começa Sylvio. "Jogar cinco sets é um esporte diferente do que três sets. O Nadal, ao lado de Djokovic, são os maiores gênios em atividade de como se jogar cinco sets", continua. Isso pôde ser visto no último Australian Open quando Rafa contrariou às expectativas, superou problemas físicos e ausência de ritmo de jogo para triunfar o seu 21º Grand Slam. 

Para Bastos, a experiência e inteligência na leitura da partida são os diferenciais que mantém o espanhol com chances pelo troféu. "Ele tem o entendimento de como estruturar taticamente e fisicamente o jogo dele para jogar cinco sets. O que provavelmente o [Jack] Draper irá se perder. [...]", analisa, mesmo admitindo que o britânico tem condições de superar o ex-número 1. "O Nadal tem uma das primeiras rodadas mais duras dos cabeças", completa. 

Outros candidatos

Há algum tempo, Stefanos Tsitsipas entra em Grand Slam cotado para ser "a sua vez". No entanto, seja por questões extraquadra ou fragilidade mental na hora H, o grego ainda não conseguiu dar um passo além na carreira. Na United Cup, ele apresentou boa forma e vem mais uma vez com expectativa para brilhar. A chave pode impor um interessante duelo contra o italiano Jannik Sinner nas oitavas. 

Casper Ruud, o cabeça 2, não chega com muitos holofotes, apesar de fazer duas finais de Slam em 2022: Roland Garros e US Open. Disciplinado, o norueguês não tem nenhum golpe letal, mas atingiu um nível de amadurecimento tático e técnico, que elevou o seu patamar, sobretudo em quadras duras. O italiano Matteo Berrettini (que o venceu na United Cup) e o norte-americano Taylor Fritz são os dois principais adversários nas oitavas e quartas. No entanto, para chegar à final o norueguês deve encontrar Djokovic na semi. 

Nick Kyrgios, o tenista da "casa", de talento indiscutível, mostrou mudanças em seu comportamento no último ano, chegando a ser vice em Wimbledon. A alteração passa por uma maturidade graças ao relacionamento com a namorada Costeen Hatzi, entende Bastos. "Amadurendo como pessoa, ser humano, ele amadurece como jogador também. Golpes ele sempre teve. Para estar ao lado dela, ele entendeu que precisava amadurecer. [...] São amadurecimentos no dia a dia, como um todo. Hoje ele é outra pessoa", opina. 

Nomes para ficar de olho

Norte-americanos, Sebastian Korda e Frances Tiafoe são bons nomes para se prestar atenção no Australian Open. Enquanto Korda chega em boa forma após levar Djokovic ao extremo na final de Adelaide (3h e ainda teve match-point), Tiafoe fez parte do time que conquistou a United Cup, além de vencer Nadal no último US Open. Cameron Norrie, que apresenta boa regularidade em quadras duras, e Alexander Zverev, que retornou às quadras após grave lesão em Roland Garros, são outras interessantes histórias para se acompanhar. 

Brasileiros

Quanto ao Brasil, Thiago Monteiro é o único representante nacional em simples. Ele estreia contra o francês Constant Lestienne e pode encontrar justamente Norrie na segunda rodada. Nas duplas, estão confirmados quatro brasileiros: Rafael Matos, Marcelo Demoliner, Marcelo Melo, além do próprio Monteiro.