Robinho foi condenado em segunda instância nos tribunais italianos por violência sexual, junto de seu amigo Ricardo Falco. A sentença foi dada pela juíza Francesca Vitale, que presidiu o julgamento.
Segundo ela, “a vítima foi humilhada e usada pelo jogador e seus amigos para satisfazer seus instintos sexuais”. A sentença de nove anos de prisão por violência sexual grupal aconteceu em dezembro de 2020, mas o texto só veio a público na manhã desta terça-feira (9).
Agora, a defesa do jogador precisa apresentar recurso na Corte de Cassação, que é a terceira instância da Justiça da Itália. Os advogados têm 45 dias para recorrer, e já afirmaram que irão fazer isso.
De acordo com o sistema judicial italiano, ele só pode ser considerado condenado à partir da última instância. “O fato é extremamente grave pela modalidade, número de pessoas envolvidas e o particular desprezo manifestado no confronto da vítima, que foi brutalmente humilhada e usada para o próprio prazer pessoal”, disse a juíza.
A advogada Marisa Alija, que representa Robinho, disse que não iria comentar sobre a sentença. O documento tem 22 páginas, e nele o tribunal analisou o caso e rebateu a defesa do jogador e seu amigo. De acordo com a juíza, existem contradições nas versões apresentadas pelo ex-jogador do Santos.
“Em conversa interceptada em 3 de janeiro de 2014, às 22h47, entre Jairo (músico e testemunha dos brasileiros) e Robinho, o jogador diz que ‘os rapazes estão na merda, menos mal que existe Deus, porque eu não toquei naquela garota. Já no dia 12 de janeiro de 2014, numa conversa interceptada às 0h41, com um dos amigos acusados, o jogador diz não se lembrar da garota. Dia 24 do mesmo mês, em conversa interceptada às 17h05, Jairo pergunta se Robinho também havia transado com a mulher. Ele responde: ‘não, eu tentei’. E Jairo rebate dizendo que havia visto quando ele colocava o pênis dentro da boca dela, ao que Robinho responde que ‘isso não significa transar’. Neste contexto, a atitude de Robinho passa por uma espécie de amnésia inicial até chegar a lembrança do que aconteceu”, disse a juíza.
