No último final de semana, o Botafogo enfrentou o Fluminense, no estádio Nílton Santos, em dois jogos amistosos. Além do time profissional, o Glorioso também promoveu o time Sub-20 contra o Sub-23 do rival na prévia. Nesse grupo, o Fogão levou a campo jovense até profissionais com idades de até 23 anosque não tiverammuito espaço na equipe adulta.
Havia a expectativa, na prévia, para os botafoguenses acompanharem Matheus Nascimento. Com apenas 16 anos, ele iniciou do banco de reservas e entrou na etapa final. Foi bem discreto, é verdade, mas foi bom vê-lo em campo com companheiros três, quatro ou até cinco anos mais velhos – vale lembrar que ele já está treinando com o elenco profissional sob o comando de Paulo Autuori.
Matheus chegou ao Botafogo com 11 anos de idade. Titular no Botafogo e na SeleçãoBrasileira de sua categoria, o atacante já marcou cerca de 150 gols em sua breve carreira. O camisa 9 assinou recentemente seu primeiro contrato profissional com o clube, válido até junho de 2023.
Sua multa rescisória já demonstra um pouco da esperança e confiança em seu potencial. São R$ 150 milhões para uma venda a outro clube dofutebol brasileiro e 50 milhões de euros (mais de R$ 305milhões na cotação atual)para o exterior.
Apesar de muito bem falado, poucos torcedores conhecem, a fundo,o jovem atleta. Então, por isso, fui conversar com Thiago Aprigio. Ex-treinador da equipe Sub-17 do Glorioso, o comandante teve uma importânciasignificativana carreira de Matheuse nos conta um ponto das características e do que podemos esperar deleno futuro.
Planejamento
“No ano passado, nósnos sentamoscom o departamento de futebol e vimos que poderíamos avançar um pouco mais dele no processo de formação. Jogar acima do que o Sub-15 exigia, pois já se apresentava como um jogador muito promissor. Promovemos ele para a categoria Sub-17, e, dependendo da resposta, ele poderia viver um pouco mais disso. Ele participou desse processo e,logo na sua estreia, contra o América MG, entra faltando 15 minutos para acabar o jogo e faz um gol”, lembra Thiago.
Decisivo em jogos grandes
“Resolvemos que ele deveria ficar de vez conosco no Sub-17. Ele participou da nossa campanha da Taça Rio, em quefizemos uma campanha invicta e ele muito contribuiu até mesmo fazendo gol em clássico. É um jogador que,dois anos mais novo, dava peso na categoria de cima, conseguia fazer números nessa categoria e se tratando de grandes jogos”, completou o técnico, que deixou o clube durante a pandemia do novo Coronavírus.
Capacidade técnica e características
“Mesmo sentido diferença de força física, ele conseguia, com sua capacidade técnica, amenizar e fazer o que melhor sabe, que é fazer gol. O que eu destaco nele ésua capacidade de perceber espaços e logo participar, perceber espaços e atacar, ele faz um movimento de ruptura que eu considero sensacional. Jogador que atingeuma velocidade muito interessante em espaços curtos, capacidade que raramente eu vi em jogadores de base. Se posiciona muito bem, ele percebe o espaço e sabe onde vai sobrar aquela bola para dentro. É um centroavante habilidoso que joga dentro da área ou fora dela”, analisa Thiago.
Futuro
“É um jogador que já fez muito na base do Botafogo, pode fazer ainda muito mais, tem potencial para isso. Eu acho que ele, num futuro bem próximo, poderá estar brilhando na categoria profissional”, projeta seu mentor.