Após se mudar de Londres para Acra, a capital de Gana, na África, a britânica Hannah Bourne-Taylor conseguiu fazer uma amizade de valor inestimável 一 com um filhote de pássaro Tentilhão. Acompanhando o marido, Robin, que já tinha emprego garantido, ela chegou à cidade sem visto de trabalho e decidiu se voltar à natureza.

Hannah Bourne-Taylor fez amizade com o passarinho
© Reprodução/Redes SociaisHannah Bourne-Taylor fez amizade com o passarinho

“Fiquei isolada, com saudades de casa e sem propósito. Não havia muita gente ao redor de casa, então me voltei para a natureza”, explicou ela, ao The Guardian em notícia repercutida pelo Cenapop nesta segunda (29). Durante uma de suas caminhadas, após uma forte chuva, ela achou a pequena ave no chão, e resolveu cuidar dela para depois reintroduzi-la ao seu habitat.

“Os olhos ainda estavam bem fechados, ele estava tremendo de frio, iria morrer se ficasse sozinho. Ele era do tamanho do meu dedo mindinho, olhos escuros e um bico pequeno, do tamanho da ponta de um lápis”, lembrou. Hannah fez um ninho usando panos de algodão e conversou com um veterinário. O especialista contou que em cerca de 12 semanas o pássaro estaria totalmente recuperado e pronto para ser solto na natureza novamente.

Como isso aconteceu

A evolução do bicho foi surpreendente. Nos 84 dias que se passaram, os dois ficaram juntos: “Ele voava perto de mim, subia em mim enquanto eu andava pela casa, nas caminhadas lá fora também e até no carro enquanto eu dirigia”, contou ela, que emprestou o cabelo para o pássaro se aninhar durante todo esse período.

“Ele descansava na minha mão. Enquanto aprendia a voar, ele fazia voos curtos da minha mão para o meu ombro, para a minha cabeça, depois fazia rapel pelo meu cabelo na altura da cintura para descansar novamente”, disse ela. “Nosso vínculo era tão forte que se tornou imensurável. Nós dois precisávamos um do outro. Em troca de colocar sua vida de volta no curso, ele estava refazendo a minha, me dando um propósito e uma nova perspectiva”, ressaltou Hannah.

Durante os passeios ao ar livre, ela levava o pássaro para tentar uma “ambientação natural”. Três meses após encontrar o pequeno, ela precisou voltar ao Reino Unido e resolveu deixar o pássaro “seguir seu caminho”. Foram três dias sem sucesso. No quarto dia, ele foi para a natureza com um bando de sua mesma espécie.