O Corinthians conseguiu vencer o Botafogo na estreia do Campeonato Brasileiro, jogando no Nilton Santos, fazendo um ótimo primeiro tempo e finalizando os 90 minutos com 3 a 1 no placar, trazendo 3 pontos na bagagem. A equipe comandada por Vítor Pereira aproveitou as oportunidades e não deixou que o estádio lotado e os reforços do adversário conseguissem fazer a diferença.

Foto: Daniel Augusto Jr/Corinthians – Duilio se manifestou após os ocorridos.
Foto: Daniel Augusto Jr/Corinthians – Duilio se manifestou após os ocorridos.

Esse resultado positivo conseguiu amenizar o clima, que vinha gerando muita preocupação nos bastidores, especialmente após os incidentes recentes com Cássio, por exemplo.O presidente Duilio Monteiro Alvesse pronunciou publicamente pela primeira vez a respeito das ameaças nas redes sociais,um caso que está sendo investigado pela Polícia Civil de São Paulo.

“Não acreditamos nofutebolcomo um lugar de ódio. Por mais que as redes sociais pareçam uma terra de ninguém, acreditamos nas leis, nas autoridades e, seguindo nossa vocação para as causas de interesse da coletividade, faremos de tudo para que o direito a segurança de todos os envolvidos no espetáculo se estabeleça, em nome de um futebol mais humano”, escreveu em um dos trechos de sua nota, fazendo menção também aos influenciadores digitais e a alguns veículos de imprensa, porém sem citar nomes.

Foto: Ettore Chiereguini/AGIF – Cássio foi um dos principais atingidos.

“Movido por minha indignação e por meu dever como presidente do Corinthians, fiz aquilo que vários comentaristas da imprensa cobravam: ordenei a reunião de todas as ameaças para que fossem entregues à Polícia Civil, que, num trabalho elogiável, identificou e ouviu os autores. Ainda assim, o que se seguiu foi a violência das fake news,iniciou, completando:

Duilio foi bem na nota publicada?

Duilio foi bem na nota publicada?

Sim, sem dúvidas.
Não, exagerou.

572 PESSOAS JÁ VOTARAM

“Setores irresponsáveis da imprensa reproduziram declarações mentirosas de um influencer que, em suas redes sociais, me acusou de forma caluniosa, enquanto ele mesmo ADMITIA que me enviou mensagens de ódio. De forma inacreditável, veículos inverteram os papéis, tornando um suspeito em vítima e a vítima – no caso, eu, Duilio Monteiro Alves – em acusado”, salientou o mandatário.Na última sexta-feira (8), Kelvin Thiago,conhecido como “Mil Grau”, explicou que mandou mensagem ao dirigente, sem revelar o conteúdo, e será ouvido pela polícia.

A nota publicada, na íntegra:

“Na posição de presidente do Corinthians, me sinto indignado com a sucessão de episódios que vivemos nesta semana, como atletas, como dirigentes e como pessoas.

Depois de nossa viagem à Bolívia, vimos que as redes sociais e muitos setores da imprensa esportiva alimentaram, sem ressalvas, um sentimento de vergonha. Atletas honrados e com grande história no clube foram atacados em seu profissionalismo e, sem que nada de concreto fornecesse quaisquer evidências, foram acusados de uma suposta “panela” contra o técnico Vítor Pereira. Um punhado de opiniões emitidas em redes sociais, algumas vezes baseadas em supostas “fontes ouvidas”, foi suficiente para que o boato se disseminasse.

No dia seguinte, vimos a violência se instalar por meio de ataques e ameaças virtuais dirigidos aos atletas e suas famílias, com mensagens ameaçadoras motivadas por um ódio que entendemos não ter lugar no futebol. Também fomos alvos os membros da diretoria de Futebol Profissional e eu.

Quero lembrar a todos que, desde o ano passado, o Brasil tem tipificado em suas leis o crime de perseguição (stalking), e a perseguição virtual também se enquadra no Código Penal.

Movido por minha indignação e por meu dever como presidente do Corinthians, fiz aquilo que vários comentaristas da imprensa cobravam: ordenei a reunião de todas as ameaças para que fossem entregues à Polícia Civil, que, num trabalho elogiável, identificou e ouviu os autores.

Ainda assim, o que se seguiu foi a violência das fake news. Setores irresponsáveis da imprensa reproduziram declarações mentirosas de um influencer que, em suas redes sociais, me acusou de forma caluniosa, enquanto ele mesmo ADMITIA que me enviou mensagens de ódio.

De forma inacreditável, veículos inverteram os papéis, tornando um suspeito em vítima e a vítima – no caso, eu, Duilio Monteiro Alves – em acusado. Publicaram sem questionamentos e sem checagem dos fatos uma versão de que eu teria articulado com jornalistas a acusação de que o mesmo teria ameaçado não a mim, mas ao Cássio.

Nenhum dos veículos que reproduziram a matéria me procurou para que eu pudesse me defender da absurda acusação de falsa denúncia. Isso é jornalismo? O crime é mais tolerável quando se ameaça um dirigente em vez de um jogador?

Todos aqui no Corinthians estamos indignados. Nos últimos meses, vimos episódios de violência contra o Bahia, o Inter, o Flamengo, contra nós. Muito difícil não ficar com a sensação de que estamos rumando para uma tragédia, do tipo que pode até suspender um campeonato.

Não quero ver isso. Ninguém quer ver isso. Acredito que é nosso dever mover todos os esforços possíveis para desarmar essa bomba. E convidamos todos os setores do futebol a nos acompanhar. Vamos precisar da ajuda e da sensibilidade do torcedor nessa jornada.

Decidimos encarar a luta contra a violência, as ameaças de ódio e o abuso como mais uma bandeira, orgulhosamente empunhada, pelo bem do futebol brasileiro.

Desde a última sexta-feira (8), o Corinthians está em contato com a CBF, clubes de todo o Brasil, Federação Paulista de Futebol e órgãos da Segurança Pública a fim de encontrar um esforço conjunto para garantir a integridade de todos os que participam do espetáculo do esporte.

Quanto à imprensa e aos influenciadores da era digital da comunicação, entregamos o nosso pedido por maior reflexão. Respeitamos profundamente o direito à liberdade de opinião, mas a responsabilidade de falar com milhares e milhões deveria ser a régua daquilo que é postado. Se ela não for suficiente, buscaremos uma maneira de responsabilizar quem comete fake news e inflama o ambiente do futebol, criando animosidade e insegurança.

Não acreditamos no futebol como um lugar de ódio. Por mais que as redes sociais pareçam uma terra de ninguém, acreditamos nas leis, nas autoridades e, seguindo nossa vocação para as causas de interesse da coletividade, faremos de tudo para que o direito a segurança de todos os envolvidos no espetáculo se estabeleça, em nome de um futebol mais humano.

Atenciosamente,

Duilio Monteiro Alves

Presidente do Sport Club Corinthians Paulista”.