A Seleção Brasileira encerrou seu ciclo de amistosos antes da Copa do Mundo e as oportunidades para Tite observar de perto e testar novos jogadores. Após ter convocado cerca de 80 atletas em todo ciclo pré-Copa, Tite tem até o dia 21 de outubro para encaminha a lista provisória com 55 jogadores que poderão disputar a Copa do Mundo no Qatar. Já a convocação final acontece no dia 7 de novembro, quando serão conhecidos os 26 atletas que vão em busca do hexacampeonato com a equipe canarinho.
A missão de Tite é complicada, afinal Neymar, Richarlison, Vinicius Júnior, Casemiro, Lucas Paquetá, Marquinhos, são tidos como garantidos, existem outros que despertam o amor da torcida, mas ainda não estão convictos se estarão ou não na lista definitiva do treinador para o Mundial. É o caso de Pedro, por exemplo, que teve a sua convocação para a última Data Fifa, cerca de cobranças ao treinador para que ele apostasse no atacante do Flamengo. Além da torcida, o jogador é quase uma exigência no meio da imprensa. Mas esta não é uma exclusividade de Tite, quase toda convocação é cercada de cobranças e algumas vezes polêmicas. Por isso selecionamos cinco ausências que deram o que falar em convocações para Copa do Mundo.
1. Romário | Copa de 2002
Romário está entre os maiores artilheiros da história da Seleção Brasileira. Com 55 gols marcados em 70 jogos, ele é o quarto maior goleador de todos os tempos com a equipe canarinho, mas os números poderiam ser muito mais expressivos se, o clamor popular tivesse sido atendido e o Baixinho fosse convocado para a Copa de 2002. Na época, o próprio Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, fez campanha pela convocação do jogador. Todavia Felipão deixou o atacante de fora. Segundo Vampeta, atleta que conquistou o penta naquele ano com o Brasil, Felipão teria cortado Romário da convocação após rumores de que o Baixinho havia tido relações com uma aeromoça na concentração, durante as eliminatórias.
Posteriormente, o próprio Romário comentou o assunto: “O Felipão acreditou nisso, mas não teve. Se fiquei de fora da Copa por causa disso, perdi duas vezes. Não fui à Copa e não comi a aeromoça, que era a maior gostosa”, disse o ex-jogador. Já Felipão afirmou que tudo não passou de uma escolha técnica: “Foi uma questão técnica minha. Da forma como eu queria jogar, não podia ter o Romário. O presidente Ricardo Teixeira me chamou e me mostrou duas listas. Situações se eu levasse o Romário e situações se eu não levasse. E falou: ‘Tu é o técnico, decide!’”.
2. Emerson Leão | Copa de 1982
Emerson Leão poderia ter alcançado uma marca única na carreira ao atuar em cinco edições diferentes da Copa do Mundo, convocado em 1970, 1974 e 1978, sendo as últimas duas como titular, o goleiro era uma daquelas convocações tidas como garantidas para a Copa de 1982, mas de forma surpreendente Telê Santana optou por deixar o arqueiro de fora. O motivo da ausência do jogador ainda é uma incógnita. No ano seguinte Leão voltou a meta da Seleção, mas como reserva.
"Mais do que chateado, fiquei decepcionado, porque tinha absoluta certeza que ia estar na Copa e talvez como capitão. Mas chegou um novo treinador e disse na primeira convocação que não precisava me chamar porque eu era unanimidade, e quando fosse oficial eu iria jogar. Se Copa do Mundo não é oficial, nunca saberei o que é. Mas eu respeitei, porque existe uma hierarquia e o treinador faz o que ele quer. Mas eu fiquei muito chateado, senão eu teria jogado 5 Copas", contou o ex-goleiro em entrevista à TV Galo.
3. Mauro Galvão | Copa de 1998
As vezes jogar um bom futebol e ter experiência de sobra não é o suficiente para uma convocação. E esse foi o caso do zagueiro Mauro Galvão, que vivia uma excelente fase no Vasco e tinha no currículo as copas de 1986 e 1990, mas acabou sendo deixado para trás por Zagallo, que não deu muitas explicações sobre a ausência do jogador.
“Se eu fiquei magoado? O treinador é que deve ter ficado. Ele não ganhou! Não gosto de falar sobre essas coisas. Eu tinha 36 anos e seria minha terceira Copa. Bom demais... Foi uma grande decepção, mas eu nunca tinha trabalhado com o treinador.”, declarou Mauro Galvão ao lembrar
“Eu lamento ter sido voto vencido na convocação dele para a Copa de 98. Ele era um dos nomes, pra mim era o nome do momento, por sua liderança, por todas as suas qualidades, experiência, enfim, com certeza ele poderia ter somado muito naquela oportunidade, mas infelizmente fui voto vencido”, disse Zico que era auxiliar técnico de Zagallo.
4. Ronaldinho Gaúcho | Copa de 2010
Ronaldinho Gaúcho se tornou conhecido como um dos jogadores mais habilidosos de todos os tempos, não atoa recebeu o apelido de Bruxo, tendo em vista a ‘mágica’ feita pelo jogador dentro de campo. Porém, o craque não agradou à Dunga o bastante para ser convocado para a Copa de 2010. Apesar de toda qualidade do jogador, para o técnico faltou atitude por parte do jogador para atuar no Mundial da África do Sul.
"Quando nós fizemos um jogo na Alemanha eu falei com o Kaká e com o Ronaldinho que eu fui um bom coadjuvante (na Seleção). Eu tinha consciência disso. E que ele e o Kaká não poderiam ser bons coadjuvantes. Eles teriam de ser os jogadores decisivos. Se eles fossem bons coadjuvantes, poderiam jogar, não jogar ou não serem convocados. E as oportunidades foram dadas?, destacou.
5. Neymar | Copa de 2010
E quem diria que Neymar já foi descartado da Seleção Brasileira? Atualmente capitão da equipe canarinho e peça chave no elenco, Neymar é o único atleta em atividade a ser um dos maiores artilheiros da história da equipe, o camisa 10 é o segundo maior de todos os tempos com 75 gols marcados, atrás apenas de Pelé que marcou 77.
Porém, em 2010 o jogador foi preterido por Dunga. Segundo o treinador, o atleta ficou fora da sua lista por ser pouco experiente, na época Neymar tinha 18 anos. “Em dezembro, ele não jogava no Santos. Começou a atuar em fevereiro, e tivemos que fazer a convocação em maio. Para convocar um jogador para a Copa do Mundo sem ter jogado pela seleção brasileira tem que ser um novo Pelé”.
