Daniel Alves completou um mês preso no Complexo de Brians II, após ter sido denunciado por uma mulher por um suposto estupro cometido na boate Sutton, em Barcelona, no dia 30 de dezembro do ano passado. A juíza substituta da 15ª Vara de Barcelona, Anna Marín, foi a responsável pela ordem de prisão sem fiança contra o lateral-direito da Seleção Brasileira, no dia 20 de janeiro.
E a situação do jogador parece se complicar cada vez mais. Segundo o diário espanhol El Periódico, imagens de câmeras de segurança da Boate podem ser decisivas no caso de Daniel Alves. Segundo o veículo, nas imagens em que teve acesso o jogador aparece do lado de fora do banheiro, onde a suposta violência sexual teria acontecido, sendo possível ver também o tênis branco e a silhueta de um homem vestido com uma camisa da mesma cor que a utilizada pelo lateral-direito. O fato do local ser reservado e outras pessoas não terem acesso ao ambiente seriam a confirmação de que ele de fato estava na porta do banheiro, do lado de fora, contrariando a versão do jogador.
Além dessa contradição, o lateral já mudou sua versão dos fatos algumas vezes, inicialmente ele negou conhecer a mulher e afirmou ser inocente de qualquer abuso. À Justiça afirmou que estava no banheiro quando a mulher entrou e não teve contato com a jovem. Em sua última versão admitiu uma relação sexual, porém consensual.
O jogador aguardava a decisão da Justiça da Espanha sobre o pedido da defesa de liberdade provisória, mas na manhã desta terça-feira (21), a decisão da Audiência Provincial de Barcelona foi publicada e após julgar o recurso da defesa ficou decidido que o lateral será mantido preso, mesmo diante das medidas cautelares prometidas pela defesa, porém a alegação de risco de fuga e indícios de que ele cometeu o crime do qual está sendo acusado.
Caso Robinho x Caso Daniel Alves
O caso de Daniel Alves pode estar sendo prejudicado pelo caso Robinho, ao menos esta é a percepção do advogado Cristóbal Martell Pérez-Alcade, responsável pela defesa do lateral. “Robinho não nos ajuda. O Brasil, como tantos outros países, também a Espanha, não entrega seus cidadãos. Além disso, o faz por um imperativo constitucional. O artigo 5º da Constituição Federal do Brasil proíbe a entrega de nacionais por crimes dessa natureza. Eu não conheço o caso de Robinho bem o suficiente. Não quero me pronunciar, nem posso, nem devo. Mas, de fato, o fato de a Itália, até hoje, não ter tido sucesso no cumprimento da sentença de Robinho não ajuda a liberdade provisória de Daniel Alves. Mas isso não pode ser um argumento definitivo. Isso não significa um espaço de impunidade”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo.
