Na última terça-feira (31), a técnica Pia Sundhage anunciou as 23 atletas que farão parte do grupo que defenderá a Seleção Brasileira Feminina no Torneio She Believes, na Data FIFA de fevereiro, entre os dias 13 a 22. Na competição, o Brasil enfrentará as seleções dos Estados Unidos, Japão e Canadá.

Foto: Thais Magalhães/CBF | Pia Sundhage
Foto: Thais Magalhães/CBF | Pia Sundhage

 

Além de anunciar as convocadas, Pia Sundhage concedeu uma entrevista coletiva em que abordou diversos assuntos, entre eles o fato de ser uma estrangeira no comando da equipe canarinho. O assunto anda em alta principalmente pelo fato de a CBF está priorizando um treinador estrangeiros para assumir como técnico da Seleção Brasileira Masculina.

A treinadora falou sobre as diferenças e seu processo de adaptação. “Venho da Suécia, de outra cultura, e isso foi há três anos e meio. Claro que você quer a mudança. Tentamos porque se você quer outro resultado na Copa, faz mudanças. É o que falo para as jogadoras. Pode ser comer melhor. Acho que os brasileiros trabalharam meus jeitos diferentes, jeito estranho. No final, só amamos futebol. Se você entende que é diferente e abraça isso, aprendi muito nesse país. Com treinadores, na CBF, com as jogadoras, mas acho que elas também aprenderam comigo. Pode olhar dos dois lados. O que aconteceu com o time depois das Olimpíadas, tem uma chance de ganharmos. Mas para isso temos que fazer melhor e gostar que somos diferentes. Sou diferente das brasileiras, mas acho que isso é bom nessa situação”, contou.

A sueca ainda comentou a possibilidade de um estrangeiro assumir a Seleção Masculina principal e afirmou que apesar de não ter um conselho para um possível técnico estrangeiro, mas poderia compartilhar a sua experiência. “Não dou conselho. Se me perguntar o que eu tentei fazer quando cheguei, falando de treinar, o que comecei foi respeitar a cultura brasileira. Para atingir as jogadoras preciso entender de onde elas vêm. E ao mesmo tempo ser eu mesma. No fim do dia, se estou vindo, é pela mudança e conhecimento. Mas tenho respeito pela história.”, afirmou.

Pia recordou o seu processo com a Seleção Feminina. “Se olhar para o Brasil, podemos olhar para a final de 2008, quando estava do outro lado, lembro da técnica, velocidade, imprevisibilidade do Brasil. Tenho que respeitar isso e trazer o melhor dessa cultura. Juntar o melhor das duas. Às vezes eu erro, exagero ou não reajo. Mas tento fazer o meu melhor com quem trabalho. Não é sobre uma pessoa, sozinha sou inútil. Mas se estou cercada por boas pessoas, juntas podemos ser o melhor.”, concluiu.