A tecnologia está sendo constantemente utilizada em favor do esporte, em alguns momentos ela é questionada, como o que a acontece com o VAR, mas de modo geral as ferramentas tecnológicas se mostram aliadas para a evolução do esporte. E o Santos parece estar atento a revolução no futebol e tem lançado mão do uso da tecnologia para auxiliar o técnico Fábian Bustos na tomada de decisões.
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Na coletiva após o triunfo do Peixe diante do Juventude, o técnico afirmou que substituiu Marcos Leonardo após ter informações do GPS de que o jogador não estava correndo. “A substituição é porque Marcos Leonardo não estava correndo. Temos um GPS que marca. Se não está correndo, não se pode ganhar na atualidade. O Palmeiras é uma equipe com intensidade superior a todos os times, vem conseguindo mais coisas no futebol brasileiro”, explicou.
Diante da afirmação do treinador os fisiologistas Marcelo Takayama e Guilherme Coimbra responsáveis pela equipe masculina profissional do Santos, explicaram em entrevista ao “LANCE!/DIÁRIO DO PEIXE” como a tecnologia funciona e como ela está sendo utilizada no dia a dia do clube.
Foto: Fernanda Luz/AGIF | Bustos e staff do Santos tem sido auxiliado pela tecnologia
“GPS é um sistema de rastreamento de desempenho colocado num colete que monitora todos os aspectos dos jogadores, fornecendo informações precisas como distância percorrida, número de sprints, número de acelerações e desacelerações, distância em sprints, número de salto, entre outros. Tal sistema permite quantificar as sessões de treinamento e monitorar a carga de cada atleta para evitar lesões, ajudar no processo de retorno de lesão e individualizar trabalhos. Para isso, nós fazemos captações de dados em tempo real durante todos os treinos e jogos, além de geral relatórios diários do grupo e individuais”, explica Marcelo.
Com base nos relatórios do GPS, os fisiologistas revelaram que Lucas Pires é o jogador que mais se movimenta e que faz uma média de 11 km em 90 min, distância superior a dos demais colegas da equipe. “Atualmente, Lucas pires é o atleta que mais corre durante os jogos, próximo dos 11 quilômetros em 90 min. A média de distância percorrida varia por posições, mas nossas métricas são bastante altas e ficam próximas aos 10 quilômetros por atletas”, contou.
As informações obtidas do GPS servem como subsídio para diversos setores do staff do Santos para melhorar a performance de cada jogador. “Todos os dados captados pela Fisiologia são passados ao staff do Santos (médicos, fisioterapeutas, preparados físicos, nutricionistas e psicóloga), além da comissão técnica principal, para assim elaborarmos estratégias através junção de diferentes áreas do conhecimento com o intuito de individualizar e melhorar a performance individual ou do grupo de uma maneira eficiente e completa”, explicaram.
A dupla também deixou claro que é com base nos relatórios do GPS que é possível ajustar e personalizar o treinamento dos atletas. “Todo planejamento e controle das métricas do treinamento é realizado com base nos dados fornecido pelo GPS. Cada atleta possui o que chamamos de Carga Crônica (uma média do acúmulo de treinamento semanal das últimas 4 semanas) e com base nisso estipulamos os objetivos individuais de cada atleta nas sessões diárias e semanais. Portanto, por conta deste banco de dados e conhecimento das características individuais do atleta é possível ajustar os detalhes para que a demanda dos treinamentos sejam o suficiente para condicionar o atleta sem que ele corra risco de treinar muito além de sua capacidade e assim assumir um risco de lesão ou treinar pouco perdendo condicionamento físico ao longo da temporada”, esclareceram ao LANCE!/DIÁRIO.
Os fisiologistas também afirmaram que o GPS não é o único instrumento tecnológico utilizado pela equipe. “Santos recentemente investiu bastante em equipamentos e tecnologias para análise tática, estratégias de reabilitação e desempenho. Mas quando falamos em fisiologia, hoje possuímos termografia, analisador de CK, GPS e controle de bem-estar. A interpretação dos dados fornecidos por estes equipamentos nos auxilia nas tomadas de decisões diárias a respeito das condições físicas dos atletas”, acrescentaram.
