As fichas improvisadas
“O meu tio perdeu uma fazenda no poker”, certeza que você já ouviu essa frase de alguém. O mais nobre dos jogos de cartas é uma atividade fascinante, mas também traz aquela sensação de perigo iminente. O difícil é perder uma fazenda jogando alguns centavos, ou ainda quando as fichas são pedaços de feijão ou macarrão cru.
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Eu comecei a jogar poker assim, com os amigos do colégio, improvisando as fichas de qualquer maneira e sem envolver dinheiro algum. Aqui peço desculpas ao amigo leitor por me transportar para o texto – foi só essa vez – a real é que este humilde redator também se aventura nas mesas de baralho e o começo dele foi igualzinho ao de muitos profissionais.
Antes dos craques do nosso esquadrão rodarem o mundo em salões luxuosos, onde as mesas de transmissão parecem verdadeiros estúdios e o barulho ininterrupto de uma ficha batendo na outra forma um tilintar uníssono e viciante – um som melhor do que qualquer orquestra. Todos jogaram poker por pura e simples diversão, uma noite entre amigos ou familiares.
Embora no Brasil o nosso joguinho demorou para ser difundido – a grande maioria dos jovens sempre optou pelo truco. Quem experimenta a sensação de formar um “Full House” (uma trinca e um par), passar um grande blefe, ou ainda vencer aquela mão improvável, acaba sendo picado pelo mosquitinho do esporte da mente.
Jogo não, esporte por favor
Isso mesmo, o poker é um esporte da mente. A discussão é grande, mas há uma década a atividade ganhou esse status, faz parte inclusive da IMSA (International Mind Sports Association) e a modalidade “Match Poker” briga inclusive para entrar nas olimpíadas. Será que algum medalhista já perdeu uma fazenda com o esporte dele?
Baralho (Foto: Reprodução/Pixabay)
É claro que não podemos endeusar o jogo. Ele tem perigos sim. É preciso respeitar, estudar estratégias, as jogadas mais positivas ao longo prazo – um dos grandes segredos é esse tal longo prazo, que pode ser muito longo, viu. Ah, o controle emocional também é peça chave e pode perguntar para qualquer profissional uma dica e terá a certeza que ele vai abordar a questão do gerenciamento de “bankroll”.
Não invista o que não pode perder
“Se você não pode queimar uma nota de cem dólares, não pode jogar poker”, eu não sei ao certo quem disse isso, talvez tenha sido o Phil Ivey, mas pode ser uma invenção que li em algum lugar. A verdade é que essa frase é muito bem apropriada, por que na grande maioria das vezes, até mesmo os melhores jogadores vão sair derrotados.
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O baralho e a bola nas mãos e pés delas
Justamente por isso, os valores investidos no esporte da mente não podem ser significativos para você. Se o teu tio perdeu uma fazenda no poker, não tem o menor problema se ele tem outras cem mil. Quem sabe ele não ganhou umas 15 ou 20 também? O universo do baralho é fantástico, cheio de adrenalina e novidades a cada rodada, mas como em qualquer atividade possui as regrinhas fundamentais para o sucesso e a primeira delas começou com a diversão.
Poker nas redes sociais:
Foto: Reprodução X – antigo Twitter
Foto: Reprodução X – antigo Twitter