Neste sábado (7), foi noticiada uma situação incomum nos Jogos Olímpicos, algo que não é comum de se notar, com um impasse que vai além das arenas de competição. A capitã do time de hóquei sobre a grama da Índia, Rani Rampal, denunciou um ataque racista feito à família de sua colega Vandana Katariya.

Jogadoras indianas de hóquei sobre a grama (Foto: Getty Images)
Jogadoras indianas de hóquei sobre a grama (Foto: Getty Images)

O problema diz respeito ao sistema de castas presente na sociedade indiana e o preconceito incrustado, algo que a população do país busca uma solução há anos. Katariya é da comunidade Dalit, considerada uma “casta inferior” na Índia e, segundo relatos, homens teriam atirado fogos de artifício em sua casa em Haridwar, na Índia.

De acordo com o que disse a família, esses homens atribuíam aos Dalits do time a perda da medalha de bronze para a Grã-Bretanha. A Índia tem 200 milhões de integrantes desta casta. Antes considerados “intocáveis”, hoje eles são os mais discriminados no país, sendo alvos de discriminação e assassinatos.

Rani Rampal disse o seguinte, em entrevista ao Hindustan Times: “É tão ruim. Colocamos nossa vida e alma nisso, lutamos e sacrificamos muito para representar nosso país e, quando vemos o que aconteceu com a família de Verdana, eu só quero dizer às pessoas, por favor, parem com essa divisão religiosa e com o casteísmo”.

Ela ainda pregou a união de todos os indianos, independentemente da classe social ou da religião: “Temos que superar isso. Viemos de diferentes religiões: hindu, muçulmano, sikh. E viemos de todas as partes do país: norte, sul e leste. Mas aqui defendemos a Índia”.