A final da Copa América, realizada no dia 10 de julho no Maracanã, entre Brasil e Argentina, gerou reações nos dois extremos. Enquanto muitos brasileiros se frustraram pela perda de um título dentro de casa, os argentinos voltaram a comemorar um troféu depois de 28 anos. Foi, também, o primeiro título de Messi com a albiceleste.

Neto falou de diversos temas na entrevista ao Bolavip (Foto: Reprodução)
Neto falou de diversos temas na entrevista ao Bolavip (Foto: Reprodução)

Porém, para um personagem em especial, a final não despertou nenhum sentimento. E que personagem! José Ferreira Neto, ex-jogador de futebol e atual apresentador de TV, conversou com o Bolavip, em evento da Florida Cup, nos Estados Unidos. Entre os assuntos abordados está o Millonarios, da Colômbia, clube pelo qual atuou e que está na disputa do torneio amistoso em Orlando.

Pela primeira vez em julho e sem a presença de clubes brasileiros, a Florida Cup foi um pouco mais curta neste ano. O Everton foi campeão ontem, em cima do Millonarios. Depois de um empate por 1 a 1 no tempo normal, os ingleses levaram a melhor por 10 a 9 nos pênaltis. As equipes ainda têm dois amistosos para disputar. O Everton duela com o Pumas, do México, enquanto o Millonarios tem um clássico colombiano diante do Atlético Nacional.

Confira a entrevista completa com Neto:

O que sentiu ao perder a Copa América para a Argentina?

Na verdade, eu como ex-jogador de futebol acho que esses jogadores não me representam como brasileiro. São jogadores que, muitas vezes, não jogam o futebol que nós sempre tivemos com Rivaldo, Ronaldo, Romário, Bebeto... Isso sem falar de Pelé, Jairzinho... Se uma seleção necessita ter Neymar como ídolo... Para mim não é. Mas perder o título para a Argentina é doloroso, pela rivalidade. A seleção que me representa é a feminina, com Marta, Érika, Andressa (Alves), a treinadora Pia (Sundhage). Não torci para a Argentina, mas não fiquei triste pela perda.

Ficou um pouco feliz porque Messi conseguiu ganhar algo com a seleção?

Sim, porque o futebol brasileiro, hoje, é muito medíocre tecnicamente na América do Sul. São poucas equipes: River, Flamengo, Palmeiras, e só. Nós temos que mudar a função do jogador. O jogador hoje pensa que é celebridade. Jogador não é celebridade, é jogador. E a maioria acha que é celebridade. Não gosto disso. Cristiano Ronaldo é celebridade, mas é muito mais jogador.

Mas e o Messi...

Messi representa o futebol que todos as crianças gostam. Messi é jogador do Barcelona, mas o mundo gosta dele. Então, eu fiquei muito feliz com a conquista, porque foram quatro vice-campeonatos. No quinto, ele conseguiu um título importante, e eu o felicito pela carreira. Messi não é celebridade, é um jogador importante.

O que acha do interesse do Flamengo em Arturo Vidal?

Vidal é um jogador monstruoso, em todo o campo. Joga de goleiro, lateral, zagueiro, volante, centroavante... É um jogador especial. O Flamengo precisa de um jogador do estilo dele, mas não sei o dinheiro, quando se ganha na Europa, o real é diferente. Um dólar é cinco reais, um euro é seis... Mas penso que seria maravilhoso ter Vidal no Campeonato Brasileiro.

Para os torcedores do Millonarios, onde você jogou. O que pode falar?

Eu sou Millos! Millos é uma das melhores equipes da Colômbia. É óbvio que tem o América de Cali, o Atlético Nacional, mas Millos é o time do povo. O povo é Millos. Jogar no El Campín, com 70.000 pessoas, foi maravilhoso. Mas eu joguei muito pouco, fiz seis ou sete gols de falta. Estou muito feliz aqui com todos os colombianos, com a equipe de Millos. Penso que eles têm muito a fazer, tem um centro de treinamento lindo, jogadores de qualidade. Gosto muito dos Millos.