Tenho contatos na Conmebol, e diferentemente do que está sendo especulado, é muito difícil a situação do retorno da maior competição do continente ainda em 2020. Fronteiras fechadas e a pandemia do novo Coronavírus crescendo absurdamente no Brasil, Equador e Peru são as grandes dificuldades para imaginarmos um retorno a curto prazo. Mesmo com todos os protocolos de segurança, o risco de contágio é grande.

A Libertadores voltará em 2020, torcedor gremista?
A Libertadores voltará em 2020, torcedor gremista?

No Brasil, por exemplo, os Estaduais ainda não retornaram e sequer conseguem chegar a um acordo com os Governos de cada Estado. Apenas o Campeonato Carioca retornou, com uma pressão enorme por parte de Flamengo e Vasco. 

A Copa Libertadores da América pode, talvez, seguir o mesmo modelo da Champions League, que terá jogos únicos e término da competição em curtíssimo prazo. Porém volto a bater na mesma tecla: as condições de saúde são as mesmas na Europa e América Latina? Não. Infelizmente não são.

Grêmio já retornou aos treinos, mas obedecendo a todos os protocolos da FGF. Foto: Lucas Uebel/Grêmio

Grêmio já retornou aos treinos, mas obedecendo a todos os protocolos da FGF. Foto: Lucas Uebel/Grêmio

Eu também sinto falta do futebol, acho a Libertadores uma competição mágica, que mexe principalmente com o lado lúdico de todo torcedor gremista, porém não tem clima, é muito menos segurança para um retorno. 

Hoje, a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) apresentou um protocolo sanitário com planejamento completo visando o retorno do futebol no Rio Grande do Sul. Pelo que sabemos nos bastidores aqui da “aldeia”, o Governo do Estado não está muito inclinado a concordar com a volta, tendo em vista o crescimento de casos. Mesmo assim, ficou previamente acordado que o futebol retorna na metade de julho. 

Acredito que é um ano perdido. Futebol, escolas, cinemas, teatros, shows e demais eventos de grandes aglomerações terão retorno garantido no Brasil quando estivermos, ao menos, perto do que fez a Europa. Porém a mentalidade do brasileiro é diferente. Quer tudo aberto, quer gente na rua agora. Prefere “pagar para ver” do que prevenir. Quanto mais cedo a gente buscar um lockdown, mais cedo teremos o futebol.