Prata nas Olimpíadas 2024, Isaquias Queiroz viveu um ciclo olímpico incomum. O canoísta resolveu fazer uma pausa na carreira em 2023 para cuidar de si e passar mais tempo com a família antes de voltar à preparação a Paris. A decisão levantou dúvidas sobre estar disputando medalhas em outra Olimpíada.

Isaquias Queiroz foi homenageado pelo Flamengo nesta semana
© Getty ImagesIsaquias Queiroz foi homenageado pelo Flamengo nesta semana

Em entrevista ao site ge, Isaquias admitiu que se sentiu “deprimido” e “desmotivado” e enxergou a necessidade de descansar para sair da rotina de treinos e de competição. Ele passou um ano em sua terra natal, na Bahia.

“Muitas pessoas não acreditavam mais que eu ia estar em Paris, num alto nível para ganhar medalha, mas eu mostrei que às vezes é importante um atleta dar uma “descansadinha”, aproveitar a família, o lugar em que gosta de estar”, contou o brasileiro, dono de cinco medalhas olímpicas.

Para Isaquias, o ano de 2023 foi particularmente muito difícil. Este foi o nono ano consecutivo dele em alto nível na canoagem de velocidade, geralmente brigando pelas primeiras posições.

“Eu falava ‘não dá mais’, estava desmotivado, muito explosivo dentro de casa – às vezes, era deprimido, outras vezes tinha raiva. Percebia que tinha alguma coisa diferente em mim. Eu era um cara alegre e saí do que era o Isaquias. Aí vi que era hora de ir para casa e descansar um pouco”, revelou Queiroz.

Desempenho nas Olimpíadas

Em Paris, Isaquias começou decepcionado com o resultado no C2 500m ao lado de Jacky Godmann, onde terminou em 8º na final. Depois, veio o clímax: em uma atuação de tirar o fôlego, ganhou três posições nos últimos metros da decisão do C1 1000m para sair com a medalha de prata.

“O cenário todo deu até um gostinho de ouro. Minha prova pode ser referência para nós, brasileiros, nunca desistirmos dos nossos sonhos, dos objetivos. Mostrei que, mesmo nos momentos mais difíceis, temos que acreditar e ir para cima. Para mim, essa prova também vai ficar marcada na história, pela recuperação não só física, mas também mental”, declarou o brasileiro.

Na entrevista, Isaquias esclarece que, diferente de 2023, não pensa em aposentadoria. Ele pretende descansar após o fim das Olimpíadas e, depois, retornar aos treinamentos para o começo de um novo ciclo olímpico.