Presidente do Santa Cruz demonstra interesse em iniciar projeto para se tornar clube-empresa

Idealizado pelo deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), oprojeto aprovado pela Câmara dos Deputados estimula a criação declubes-empresa. Funcionando a partir de estruturas societárias empresarias, passaa exigirmais responsabilidades dos clubes em âmbito financeiro. Atualmente, a maioria deles são instituições sem fins lucrativos.

“Os clubes da Série A juntos representam dívida de quase R$ 7 bilhões. A dívida é grande e cresce de forma acelerada. Seja ela com o governo ou privada. De 2017 para 2018 cresceu 8%. É um problema particular do futebol brasileiro”, disse Pedro Paulo, em entrevista ao Estado, logo após a lei ser aprovada, em novembro.

Seguindo o caminho do Botafogo, que recentemente aprovou a ideia, Santa Cruz, enquanto reforma o estatuto, e o Cruzeiro, enfrentando a pior fase de sua história, também pretendem adotar a nova tendência do futebol brasileiro. Benefícios existem, tais como a redução das multas em 70% e os juros em até 40%. Entretanto, com possíveis deslizes a futura empresa passa a responder com seu patrimônio perante a justiça e aos patrocinadores, que serão chamados de sócios.

“A busca pelo profissionalismo é mercadológica. O mercado exige isso. Enxergo a largos passos essa chegada do projeto de lei de clube-empresa. E quero que o Santa Cruz seja visto no mercado assim.Claro que envolvido em uma questão de lei, em questão de formatação que dê segurança jurídica, que venha aportar recursos. Mas claro que não vão aportar recursos do nada”, disse Constantino Júnior, presidente do Santa Cruz.

O Botafogo foi a primeira equipe da primeira divisão do Campeonato Brasileiro que aderiu a mudança. O processo está em fase inicial, mas segue com sua tramitação acelerada. Vittorio Medioli, CEO do Cruzeiro, tem se reunido frequentemente com um grupo de empresários após a antiga diretoria ter renunciado o comando. Uma das soluções pensadas para enfrentar a crise é justamentedeixar de ser um clube recreativo.