O Flamengo chega ao título da Copinha Feminina carregando o peso simbólico de ser o primeiro campeão da história da competição, mas isso não é visto como pressão interna. Para o técnico Filipe Torres, a condição de favorito faz parte do processo formativo e competitivo do clube. Em coletiva, o treinador reforçou que disputar decisões é consequência do trabalho desenvolvido. Segundo ele, representar o Flamengo em uma final nacional é motivo de orgulho, não de cobrança excessiva.

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Durante a entrevista concedida na sede da Federação Paulista, Filipe Torres foi direto ao abordar o tema. “Deixamos isso totalmente de lado. Não é pressão, é privilégio ser Flamengo e representá-lo em mais uma grande final”, afirmou. O técnico ressaltou que a Copinha é encarada como um torneio de tiro curto, em que cada partida tem caráter decisivo. A fala evidencia o discurso alinhado com a formação psicológica das atletas. A ideia é competir sem o peso da obrigação.
As Meninas da Gávea enfrentaram o Grêmio na Arena Pacaembu, em duelo que valia o título. Na campanha, o Flamengo passou por Ferroviária e Internacional no mata-mata, além de superar Aliança e Criciúma na fase de grupos. Houve ainda empate diante do Corinthians, em jogo de alto nível técnico. O retrospecto reforça a consistência da equipe ao longo da competição.

Futebol Feminino. Foto: Ale Cabral/AGIF
Ataque poderoso como marca da campanha
Um dos principais trunfos do Flamengo na Copinha Feminina foi o setor ofensivo. As goleadas sobre Aliança e Criciúma foram determinantes para inflar os números. Para Filipe Torres, o desempenho é reflexo da leitura de jogo das atletas. “Mérito das nossas atletas de desenvolver o jogo e transformar oportunidades em gols”, analisou o treinador.
A meio-campista Anna Luíza Fernandes destacou a evolução emocional do grupo ao longo da competição. Segundo ela, a equipe mostrou força mental ao buscar resultados adversos contra Ferroviária e Internacional. “É muito essa virada de chave de não perder a concentração, batalhar o tempo inteiro”, explicou. A jogadora apontou que o crescimento foi além das quatro linhas. O fortalecimento do grupo dentro e fora de campo tem sido um diferencial rubro-negro.
Filipe Torres reforça que o projeto do Flamengo não se limita à formação esportiva. O clube busca preparar as atletas também para a vida em sociedade, oferecendo suporte educacional e humano. “Buscamos dar atributos para que elas se desenvolvam não só como atletas, mas como cidadãs”, afirmou. O reflexo aparece nas convocações frequentes para seleções de base. O trabalho de formação se conecta diretamente com o rendimento esportivo.

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Copinha como espaço de integração e legado
Além da disputa em campo, a Copinha Feminina foi palco de trocas culturais e experiências entre clubes de diferentes regiões do país. Anna Luíza destacou a convivência fora dos jogos como parte importante do torneio. “Foi muito legal conversar com meninas de outros times, sobre dentro e fora de campo”, disse. A integração promovida pela competição amplia o impacto do torneio. Para o Flamengo, o bicampeonato representa mais um capítulo de um projeto sólido e estruturado.








