Um Dérbi marcado por estratégia
O Palmeiras abriu vantagem na final do Paulistão Feminino com uma atuação de alto nível tático e intensidade desde os primeiros minutos. A vitória por 5 a 1 sobre o Corinthians, neste domingo (7), refletiu não apenas a superioridade técnica, mas sobretudo a execução precisa do plano de jogo. Com linhas altas e pressão coordenada, o time de Rosana Augusto conseguiu controlar todos os setores do campo. A postura agressiva colocou o rival em constante desconforto e moldou o ritmo da partida.

O Corinthians repetiu problemas que já haviam aparecido no segundo tempo contra o São Paulo, especialmente na construção curta e no preenchimento do meio-campo. Incapaz de sair da forte marcação palmeirense, o time alvinegro sofreu com desvantagem numérica entre as linhas. O primeiro tempo evidenciou um verdadeiro “apagão” coletivo, com dificuldades para progredir e criar passes limpos. Assim, a equipe de Lucas Piccinato reagiu ao jogo, sem conseguir ditar o ritmo da final.
O plano de Rosana Augusto funcionou com intensidade máxima desde a saída de bola corintiana. O Palmeiras pressionou alto, venceu segundas bolas e empurrou o adversário para seu próprio campo durante todo o primeiro tempo. A facilidade para recuperar a posse perto da área rival permitiu finalizações em superioridade e volume consistente de chegadas. Não por acaso, o Verdão terminou os primeiros 45 minutos com cinco finalizações certas, contra zero do Corinthians. Em termos táticos, foi uma execução exemplar.

Gutierres durante final do Paulistão. Foto: Fabio Menotti/Palmeiras
Domínio convertido em gols
Além da intensidade sem bola, o Palmeiras se destacou por transformar o domínio territorial em bola na rede. A objetividade e verticalidade do ataque alviverde foram determinantes para abrir larga vantagem ainda antes do intervalo. Com movimentações coordenadas e leitura forte de espaços, a equipe encontrou caminhos constantes para finalizar com perigo. O Corinthians, por outro lado, apresentou um de seus tempos mais frágeis na temporada, sem encaixe defensivo ou reação efetiva.
O desempenho palmeirense foi sustentado não apenas pela pressão, mas pela maturidade na gestão das jogadas ofensivas. O trio de ataque funcionou com sincronia, as meias deram profundidade e o bloco defensivo manteve compactação exemplar. A superioridade se refletiu no placar e na sensação de que o Palmeiras poderia ter construído um resultado ainda maior. A leitura coletiva do time, aliada à eficiência das finalizações, consolidou uma das atuações mais consistentes da equipe em 2025.
A equipe de Lucas Piccinato saiu da Arena Barueri com a necessidade urgente de reorganizar a saída de bola e ajustar o posicionamento no meio-campo. Faltou coordenação entre setores, alternativas para quebrar a pressão alta e estabilidade defensiva para lidar com a mobilidade palmeirense. O Corinthians não conseguiu repetir os ajustes realizados contra o São Paulo, e a falta de fluidez acabou expondo vulnerabilidades decisivas. Para o jogo de volta, a reconstrução passa especialmente pelo sistema de criação.

Veja também
FPF confirma aporte recorde e impulsiona crescimento do futebol feminino em 2025
O que esperar para o segundo jogo
Com vantagem larga e confiança elevada, o Palmeiras chega ao duelo decisivo carregando um padrão de jogo sólido e bem definido. Rosana Augusto deve manter a proposta agressiva, apostando novamente na intensidade e na ocupação ofensiva de espaços. O Corinthians, por sua vez, precisará corrigir falhas estruturais para ter chances reais de reverter o cenário. A semifinal segue aberta, mas o Verdão entra no jogo de volta com a oportunidade de confirmar o bicampeonato com autoridade.








