O Governo do Brasil oficializou a criação da Secretaria Extraordinária para a Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2027, competição que será sediada no país. Instituída por decreto publicado na última sexta-feira, a nova estrutura estará vinculada ao Ministério do Esporte e terá vigência até dezembro de 2027. A Secretaria será responsável por centralizar e coordenar os preparativos do Mundial, garantindo integração entre órgãos públicos, estados, municípios e a FIFA. A medida marca o início formal da engrenagem governamental para o maior evento do futebol feminino mundial já realizado no Brasil.

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Segundo o ministro do Esporte, André Fufuca, a criação de uma secretaria específica segue um modelo já adotado em grandes eventos esportivos realizados no país. “O Brasil tem tradição na realização de grandes eventos e, nesses momentos, a criação de estruturas extraordinárias garante coordenação, eficiência e transparência”, afirmou o ministro. A proposta é assegurar que decisões estratégicas sejam tomadas de forma centralizada, reduzindo gargalos burocráticos e otimizando a execução das ações necessárias ao longo do ciclo preparatório.
Diferentemente da Copa do Mundo Masculina de 2014, o planejamento para 2027 não prevê obras de construção ou reforma de estádios. A secretária executiva adjunta do Ministério do Esporte e coordenadora da Copa do Mundo Feminina 2027, Cynthia Motta, explicou que a atuação estará concentrada em áreas como logística, mobilidade urbana, aeroportos, tecnologia da informação, gramados, saúde e segurança. “É através dessa equipe criada agora que a gente vai trabalhar exclusivamente para colocarmos a Copa do Mundo de Futebol Feminino 2027 em campo”, destacou.

Maracanã, palco da final. Foto: Fernando Maia Riotur/Flickr
Uso da estrutura já existente
A estratégia do governo é aproveitar a infraestrutura esportiva e urbana já disponível nas cidades-sede, reduzindo custos e acelerando processos. A Secretaria Extraordinária terá papel fundamental na articulação interministerial, envolvendo pastas como Transportes, Saúde, Justiça, Turismo e Relações Exteriores. O objetivo é garantir que todas as frentes operem de forma integrada, respeitando os padrões exigidos pela FIFA e assegurando uma experiência adequada para atletas, delegações e torcedores.
Mais do que organizar o evento, a criação da Secretaria Extraordinária está diretamente ligada à construção de um legado estrutural para o futebol feminino no Brasil. Cynthia Motta ressaltou que o governo enxerga a Copa como uma oportunidade de fortalecer a modalidade em médio e longo prazo. “O objetivo é garantir que as atletas tenham condições de seguir suas carreiras, sem serem forçadas a abandonar o futebol por falta de apoio financeiro”, afirmou, destacando a importância de políticas públicas permanentes.
A expectativa é que o Mundial de 2027 funcione como catalisador para investimentos, visibilidade e profissionalização do futebol feminino em diferentes regiões do país. A Secretaria terá, entre suas atribuições, a missão de articular programas que ampliem o acesso ao esporte, fortaleçam competições nacionais e estimulem a permanência de meninas e mulheres no alto rendimento. O evento é visto como um marco estratégico para reposicionar o Brasil no cenário global da modalidade.

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Cidades-sede da Copa do Mundo Feminina 2027
A Copa do Mundo Feminina será disputada em oito cidades brasileiras, distribuídas por diferentes regiões do país. Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília foram confirmadas como sedes do torneio. Com a criação da Secretaria Extraordinária, o governo dá o primeiro passo institucional para transformar a edição de 2027 em um evento organizado, sustentável e com impacto duradouro para o futebol feminino brasileiro.








