A Copa do Mundo Feminina de 2027 marcará um momento histórico para o futebol mundial, com a América do Sul recebendo o torneio pela primeira vez. O Brasil foi escolhido como sede e terá a missão de transformar o evento em um marco de inclusão, engajamento popular e fortalecimento da modalidade. Para isso, a Fifa já iniciou debates internos sobre políticas de acesso ao público. O objetivo central é garantir estádios cheios e participação ampla dos torcedores. A discussão passa, necessariamente, pela política de preços dos ingressos.

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Diretora de futebol da Fifa, Jill Ellis revelou que a entidade montou um grupo específico para tratar da estratégia de venda de ingressos do Mundial. Segundo ela, o futebol feminino vive um processo de crescimento contínuo e precisa ser apresentado de forma acessível ao público. “O futebol feminino ainda está crescendo. Queremos atrair torcedores e tornar os ingressos acessíveis. Queremos estádios lotados”, afirmou. A dirigente destacou que o planejamento considera o tamanho das arenas e o perfil dos torcedores locais. A meta é equilibrar sustentabilidade financeira e inclusão.
Ellis reconheceu que a realidade econômica da América do Sul impõe desafios adicionais ao planejamento da Copa. Questões como desigualdade social, instabilidade econômica e diferença cambial estão sendo analisadas com atenção pela Fifa. Ainda assim, a dirigente acredita que o Brasil reúne condições únicas para o sucesso do evento. A tradição futebolística e a paixão do torcedor brasileiro são vistas como trunfos importantes. Para a Fifa, adaptar os preços à realidade local é fundamental para o legado do torneio.
Estudos comparam ligas locais e grandes eventos
A estratégia de bilhetagem da Copa de 2027 passa por análises detalhadas de mercado. “A equipe vai ao mercado, observa, compara… Estamos analisando tudo, desde os preços das ligas femininas locais até outros grandes eventos”, explicou Jill Ellis. A Fifa busca referências tanto no futebol feminino quanto em competições internacionais de grande porte. O estudo envolve hábitos de consumo, capacidade de pagamento e modelos de precificação escalonada. A intenção é criar uma política justa e atrativa.
Embora a Fifa ainda não tenha divulgado preços oficiais, projeções iniciais indicam valores considerados acessíveis. Estimativas apontam ingressos a partir de US$ 22, cerca de R$ 112, nas fases iniciais do torneio. Para a final, os bilhetes mais simples devem custar em torno de US$ 37, aproximadamente R$ 190. A proposta é manter faixas de preço variadas, permitindo que diferentes perfis de torcedores participem. A política segue alinhada ao discurso de democratização do acesso.
Segundo projeção da CBF divulgada pela ESPN, os ingressos da Copa Feminina de 2027 devem variar entre R$ 112 e R$ 292. Jogos da fase de grupos podem custar entre US$ 17 (R$ 87) e US$ 38 (R$ 195), enquanto as quartas de final chegariam a US$ 57 (R$ 292). As semifinais teriam valores entre US$ 29 e US$ 68. Já a final pode alcançar até US$ 84 (R$ 430), dependendo do setor. A abertura também terá ampla variação de preços.

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Venda ainda não começou, mas interesse já pode ser registrado
Apesar das projeções divulgadas, a Fifa ainda não iniciou oficialmente a venda de ingressos para a Copa do Mundo Feminina de 2027. A entidade, no entanto, já disponibilizou uma plataforma para que torcedores registrem interesse no evento. A expectativa é que a política de preços seja confirmada nos próximos meses. Enquanto isso, o discurso institucional reforça o compromisso com acessibilidade e estádios cheios. O Mundial no Brasil promete ser um divisor de águas para o futebol feminino.








