Início promissor, fim bem triste:

Muitas vezes os jovens que acabaram vencendo a Copa São Paulo de Futebol Júnior pelo Corinthians constroem uma carreira de sucesso, seja atuando na Europa ou até mesmo em solo brasileiro.

Cria do Corinthians citou Roberto Carlos na entrevista – (Photo by Matt McNulty/Getty Images).
© Getty ImagesCria do Corinthians citou Roberto Carlos na entrevista – (Photo by Matt McNulty/Getty Images).

Porém, nem sempre é assim. Depois de erguer a taça da competição de base pelo Timão, Bruno Bertucci foi promovido aos profissionais, mas não vingou e, depois de ser pego no doping, aposentou em 2019, trabalhando em 3 empregos atualmente.

É muito triste acabar como acabou. Eu imaginava que ainda daria volta por cima e que eu ainda iria traçar meu caminho no profissional. Então, até hoje dói. É lógico que algumas cicatrizes vão ficar pelo resto da vida, mas a gente aprende a viver com elas e passa a valorizar outras coisas também”, iniciou, em entrevista ao Uol.

É um processo dolorido, com o tempo isso vai diminuindo, mas vai ficar marcado pelo resto da minha vida. Mas sou grato por ter chegado onde eu cheguei, ter jogado onde eu joguei e ter seguido e me levantado. Não é fácil sair da situação que eu saí e ter me reerguido”, disse o ex-lateral.

Situação extremamente complicada e dolorosa:

Eu sofri bastante com o final da carreira, principalmente da forma como foi, que lidei com situação de doping. Até voltar, as portas meio que se fecharam, e infelizmente a carreira acabou”, contou, dando detalhes:

“Esse recomeço foi muito difícil porque a gente acaba ficando sem rumo, principalmente da forma como foi. O jogador de futebol, no final de sua carreira profissional, ele normalmente já vai se preparando para um pós-carreira. No meu caso, fui pego de surpresa e de imediato. Eu não tinha nada programado, não tinha ideia do que seria feito, salientou Bruno.

Lembrava de Bruno?

Lembrava de Bruno?

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“Eu esperei mais um ano depois que acabou a punição por doping. Tentei encontrar novas oportunidades em outros clubes, mas as propostas que vinham não agradavam, não eram legais, relembrou.

Ficava muito difícil você trocar o certo, um emprego regime CLT, carteira assinada, tudo bonitinho, por algo duvidoso que eram as propostas que estavam surgindo. Eu tinha muito bem claro que o profissional tem que ter até um limite”, disse o ex-atleta, que também falou dos tempos de Timão:

Por que não vingou pelo Corinthians?

Primeiro, o período, essa questão da pressão do centenário, da falta de uma Libertadores. Também na minha posição, com os jogadores que chegaram, inclusive o Roberto Carlos. Tem ainda a questão da falta de oportunidade com o treinador, a base não era muito valorizada, e, da minha parte, a timidez“, lembrou, antes de acrescentar:

Não ter confiança de colocar em prática aquilo que fazia na categoria de base, de ficar muito preso e admirado com as coisas de profissional. Devia ter sido mais corajoso e botar para quebrar mesmo“, explicou, confirmando uma arrependimento:

O que eu tenho de arrependimento é de ter voltado ao Brasil, não ter ficado no Azerbaijão, onde eu tinha uma carreira sólida. Eu deveria ter continuado lá, estava familiarizado com a cidade, éramos atuais campeões nacionais, disputávamos Liga Europa”, disse.

Poderia ter me estabilizado financeiramente. Mas eu não posso só enxergar o lado ruim. Isso fez eu conhecer e estar com a mulher que eu estou hoje. Acredito que foi uma uma troca justa, né? A minha carreira pela mulher da minha vida, mãe da minha filha”, finalizou.

Torcida se manifestou: