Praticamente todos os clubes grandes do país passam por uma crise financeira devastadora. Mesmo antes do Coronavírus, a crise em diversos clubes já era enorme. Além do “condomínio de credores” habitual, as dívidas mensais, o custo para sobreviver e as contas a longo prazo, passam a atormentar os grandes do futebol brasileiro.
Já vi muito torcedor afirmar que “não torce por superávit, torce por títulos”. Pois bem, eu torço, sim, por superávit, afinal é tão bom estar com as contas em dia, não é mesmo?E no futebol, “contas em dia” significa crédito na praça. Significa ser bem falado no meio. Estabelece relações de confiança. Possibilita comprar fiado. Atrai parceiros e bons atletas. Superávit significa poder ousar um pouco mais. Superávit faz teu adversário te respeitar ainda mais, abre portas, solidifica valores.
Eu vivi o Grêmio do início dos anos 2000. Devastado financeiramente. Era uma nítida sensação de “o último que sair apaga a luz”. Dirigentes canalhas que seguiram à risca a cartilha da queda para série B. Quebraram o clube.
O Grêmio caiu em 2004. Voltou a ser competitivo e saudável em 2016. DOZE anos depois a gente começou a enxergar uma luz no fim do túnel. E vejam que, em todos os anos, um dos grandes do futebol nacional nos dá exemplos aos montes do que não fazer. O Cruzeiro está aí para nos ensinar. O Inter ensinou em 2016. O Vasco, Botafogo e Fluminense ensinam todos os anos, pois flertam com o rebaixamento e com contas estouradas, ano após ano.
Por isso, eu torço pelo superávit. Trabalhar no azul te garante situações, capacidade de escolha e saídas estratégicas. O Grêmio vem trabalhando no positivo há muitos anos. É modelo, é exemplo a ser seguido. E por mais que não venham títulos no curtíssimo prazo, eu GARANTO que jamais passaremos mais 15 anos sem ganhar nada. Com as contas no azul, jamais amargaremos na fila.
Qual sua avaliação para a gestão do presidente Romildo?
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A política do “vou vencer no meu mandato e a gestão seguinte que se vire”acabou. Eu vou sempre brigar, torcer, lutar e vibrar muito pelo superávit. Presidente Romildo assumiu o Grêmio em 2015 e vai até 2022. Tenho certeza que, ao final do seu mandato, deixará um Grêmio sólido financeiramente e capaz de brigar de igual para igual, como já o faz, com os grandes times do país, bancados pelos melhores bancos e com grandes torcidas. O “gordinho do superávit” manja muito do riscado.