Ausência de peso

Fora dos Jogos Olímpicos de Paris, Arthur Zanetti precisou desistir da corrida olímpica após sofrer uma nova lesão na reta final da preparação. O ginasta, medalhista de ouro em Londres 2012 e prata na Rio 2016 nas argolas, admitiu que não conseguiu “engolir” a desistência por outra contusão.

Arthur Zanetti em ação nos Jogos de Tóquio 2020
© Getty ImagesArthur Zanetti em ação nos Jogos de Tóquio 2020

“Fisicamente estou bem, mentalmente estou 50%. Ainda não consegui digerir 100% o acontecido”, contou Zanetti, em entrevista para o site ge. Ele passou por três cirurgias nos últimos três anos, incluindo a última, para solucionar uma ruptura no bíceps, em maio. Ele deve estar recuperado dentro de quatro meses.

A princípio, o ginasta estava disposto a lutar pela vaga masculina disponível ao Brasil em Paris. Para isso, ele participaria de duas etapas da Copa do Mundo, na qual tentava convencer a Confederação Brasileira de Ginástica a convocá-lo.

“Venho para o ginásio fazer uma visita, para sair um pouco de casa, com os companheiros de equipe. Voltava para casa, batia aquela tristeza. Lembrava que eu estava querendo disputar a minha vaga”, confessou Zanetti.

“Um dos piores dias foi quando estava no ginásio, na parte da musculação, comecei a fazer a parte de perna e eu lembrei que era para eu estar lá embaixo, treinando. A gente fala que tudo na vida tem algum sentido, algum propósito, então é tentar digerir. Não é fácil digerir essa lesão, mas a gente tem que seguir a vida, né?”, disse o campeão olímpico, em tom de desabafo.

Lesionado, ele sequer competiu em alguma das etapas. Em caso semelhante, Caio Souza, que se lesionou às vésperas do Troféu Brasil de Ginástica, acabou sendo escolhido como reserva da equipe. Arthur Nory ficou com a vaga aos Jogos.

Aposentadoria descartada

Mesmo aos 34 anos, Zanetti esclarece que não deseja se aposentar da ginástica estando lesionado, longe das competições. Ele ainda vislumbra participar de uma competição internacional em breve.

“A gente vê as pessoas falarem que faziam esporte, que se lesionaram e pararam. Você vê, você sente na voz da pessoa, na fisionomia dela aquela tristeza. E eu não quero um dia chegar e falar: ‘poxa, eu me aposentei porque eu tive uma lesão e tive que parar’. Isso eu não quero. Eu vou tentar fazer aí de tudo para quando eu voltar, poder competir e finalizar competindo num campeonato internacional. Talvez um Pan, uma Copa do Mundo ou um Sul-Americano”, completa ele.