O argentino marcado na história
Poucos jogadores estrangeiros conseguiram marcar tão profundamente a história de um clube brasileiro como Andrés D’Alessandro fez no Internacional. Ídolo incontestável, o argentino não foi apenas um craque dentro de campo, mas também uma referência de liderança, entrega e amor à camisa.

Ao longo de 14 anos dedicados ao Colorado, o meia construiu uma trajetória repleta de títulos, gols, momentos inesquecíveis e, acima de tudo, uma conexão emocional única com a torcida.
A trajetória de D’Alessandro no Internacional
D’Alessandro não apenas jogou no Inter, ele foi o Inter em campo por muito tempo. Sua jornada em Porto Alegre começou em 2008, quando chegou do San Lorenzo, da Argentina. Desde então, cravou seu nome na história do clube com atuações marcantes e um protagonismo raro.
Vestindo a camisa 10, conduziu o Inter a títulos continentais e estaduais, sempre com sua característica que misturava técnica, raça e liderança. Não à toa, é o segundo jogador com mais partidas na história do clube, com 529 jogos, ficando atrás apenas de Valdomiro, com 803. Nesse período, marcou 97 gols e distribuiu 113 assistências.
O nome de D’Alessandro está eternamente associado ao maior clássico do Sul do Brasil: o Gre-Nal. O argentino disputou 40 clássicos, com um aproveitamento superior a 50%: 16 vitórias, 13 empates e 11 derrotas. Mais do que isso, é o maior artilheiro do clássico no século XXI, com nove gols. Sua postura provocadora e competitiva marcou época — como no episódio em que protagonizou uma discussão durante o sorteio de “cara ou coroa” com o volante Maicon, do Grêmio.
A coleção de títulos pelo Inter de “Cabezón” inclui a Copa Sul-Americana de 2008 e a Copa Libertadores da América de 2010. Também conquistou a Recopa Sul-Americana em 2011, além de sete Campeonatos Gaúchos (2009, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016) e duas Recopas Gaúchas (2016 e 2017).
Um símbolo eterno
Sua despedida foi à altura do que representou. Em 17 de abril de 2022, aos 41 anos, D’Alessandro entrou em campo no Beira-Rio para sua última partida como profissional, diante do Fortaleza, pelo Brasileirão. Marcou um gol, para coroar ainda mais a noite, e saiu aos 25 minutos do segundo tempo, ovacionado pela torcida. O Inter venceu por 2 a 1, mas o resultado foi apenas um detalhe.
É limitado falar apenas em números para resumir a trajetória de Andrés D’Alessandro no Internacional. A relação é daquelas que transcendem o esporte, é sobre identidade. Uma alma argentina que se fez colorada por escolha, escreveu capítulos eternos na história do clube e continua defendendo suas cores como diretor esportivo, função que assumiu em agosto do ano passado.