O Sport seguiu a tendência da nova era do futebol brasileiro e contratou um técnico estrangeiro para comandar a equipe que precisa dar respostas em campo e reagir no Brasileirão. O paraguaio Gustavo Florentín, aos 43 anos chega ao Leão não apenas para promover a retomada Rubro-Negra, como também alavancar sua carreira que já conta com 10 anos de trajetória.

Foto: in Asuncion, Paraguay. (Photo by Luis Vera/Getty Images)
Foto: in Asuncion, Paraguay. (Photo by Luis Vera/Getty Images)

Florentín começou no mundo da bola atuando como zagueiro, chegou a disputar a Copa do Mundo Sub-20 de 1997, na Malásia, porém, não conseguiu muito brilho como atleta e começou a desempenhar a função de técnico em 2009 no Cerro Porteño. Do início vitorioso nas categorias de base do clube, foi alçado como auxiliar técnico do time principal em 2013. Após oportunidades como técnico interino, em 2015, no ano seguinte assumiu a equipe paraguaia de maneira definitiva.

Em seu primeiro clube conseguiu 19 vitórias em 39 jogos. Na sequência, comandou o Deportivo Capiatá e Sportivo Luqueño, mas apenas em 2018 conquistou seu primeiro e único título, ao dirigir o Guaraní na primeira vez que o clube ganhou a Copa do Paraguai. A campanha foi notável, pois com um time sem muitos recursos, Florentín transformou os aurinegros em uma equipe forte. O trabalho despertou o interesse do Huachipato, do Chile, para onde se transferiu e logo no início apresentou um desempenho de muita eficiência, com uma sequência invicta de seis jogos e um aproveitamento de 62% em sete partidas.

Mas no Chile, o treinador não conseguiu traduzir toda a eficiência inicial em títulos e ainda vivenciou uma polêmica de grande repercussão no país. Em 2020, quando sacou o jovem lateral-esquerdo Antonio Castillo, de 22 anos, com apenas 19 minutos de jogo na partida diante do Colo Colo, o jogador caiu no choro e as imagens impactaram. Ao ser questionado sobre o fato, Florentín foi enfático: “se o jogador não é valente perante situações distintas de uma substituição, ele errou de profissão”. As palavras levantaram o repúdio de muitos, com o Sindicato de Jogadores Profissionais do Chile distribuindo uma nota apontando a atitude do treinador como “desprezível”.

As características táticas de Gustavo Florentín, que chamaram a atenção para sua última equipe, o The Strongest, da Bolívia, tem como principal estilo, o esquema 5-3-2, com uma linha de cinco defensores que se transformava num 3-5-2 nas ações de ataque. Suas equipes utilizam as transições rápidas como trunfo, para isso, jogadores velozes e capazes de demonstrar força em disputas home a homem, têm a prioridade em suas escalações. Meios-campistas com habilidade em flutuar pelos setores da meia-cancha também são artifícios que o paraguaio gosta de lançar mão. A informação é do Globoesporte.com.

Gustavo Florentín saiu do The Strongest no dia 15 de agosto deste ano. Liderava o Campeonato Boliviano, mas sua relação com a torcida estava desgastada. Na atual temporada, em 16 jogos divididos entre a Libertadores e o campeonato nacional, ele conseguiu 10 vitórias e sofreu seis derrotas. O paraguaio, ao chegar em Recife, quebra um jejum de 37 anos sem que um técnico estrangeiro comandasse o Leão. Neste quesito, ele é sucessor de uma lenda do futebol brasileiro: o argentino Filpo Núñez, nos anos de 1983 e 1984, foi o último técnico de outro país a trabalhar na Ilha do Retiro.