A festa estava montada, estádio lotado e deu São paulo no Morumbi, no último domingo (24). O Flamengo entrou em campo cheio de ímpeto finalizando logo nos primeiros minutos de bola rolando, o gol de Bruno Henrique ainda no primeiro tempo acendeu a esperança de que o rubro-negro carioca poderia surpreender e tirar a taça das mãos do São Paulo, mas Rodrigo Nestor balançou as redes e freou impulso do adversário. A igualdade no placar deu o título inédito ao São Paulo.

Foto: Thiago Ribeiro/AGIF |
Foto: Thiago Ribeiro/AGIF |

Após o apito final, como já é de se esperar, um lado se extravasa em festa, já o outro desaba com a dor da derrota. Esse é um cenário esperado, mas é esperado também, uma postura racional do treinador derrotado, que este tenha inteligência emocional e dê o apoio necessário aos seus comandados, os console, mas o que foi visto no último domingo foi o oposto. Enquanto os jogadores do Flamengo estavam no meio do campo chorando e lamentando a derrota, o técnico Jorge Sampaoli descia em passos largos para o vestiário, virando as costas para o abatido elenco.


O mesmo treinador que não conseguiu conduzir o elenco a conquista de títulos na temporada, foi o mesmo que não conseguiu ao menos consolar seus liderados. Em contrapartida Dorival Júnior que conquistava o seu segundo título consecutivo da competição e o terceiro de sua carreira, deu uma pausa no seu momento de festa e porque não de vingança já que foi demitido do Flamengo de forma inexplicável, para consolar os atletas adversários. Antes disso, ele já havia tentado evitar que Bruno Henrique entrasse em conflito com a equipe de arbitragem durante o intervalo, arrastando para longe o jogador, mais uma vez fazendo o papel que deveria ser de Sampaoli.

Mas Sampaoli não é novidade, aliás quem consegue esquecer do que ocorreu na Copa do Mundo, quando Tite abandonou a equipe após a eliminação da Seleção Brasileira nas oitavas de final do Mundial? O ato gerou grande repercussão e uma onda de críticas ao treinador que usou a frustração pessoal para justificar a ação de não permanecer em campo até o seu último jogador ser apoiado. Estariam os treinadores desesperados ou despreparados? A experiência de ambos não deveria ter falado mais alto?

Tite é uma boa opção para o Flamengo?

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O que mais chama atenção não é apenas o fato de que dois experientes treinadores agirem como capitães que abandonam a tripulação enquanto o navio naufraga, mas de Tite ser um dos nomes especulados para assumir o comando na Gávea. Até quando a diretoria rubro-negra irá apostar em comandantes sem espírito de liderança e inteligência emocional para não apenas conseguir impor limites nos bastidores, conduzir a equipe de volta às conquistas, mas também que apoie, incentive e lidere na derrota?

Um fato inegável é que a postura de Dorival expôs ainda mais a incapacidade da diretoria do Flamengo em julgar o que é melhor para o clube. Trocar Dorival por Vitor Pereira e Vitor Pereira por Jorge Sampaoli. E o que deve pensar a CBF agora que preteriu Dorival por Diniz? Vamos torcer para que nesse último caso o rumo continue sendo de vitórias. Além disso, por amor ao futebol, que tenhamos mais Dorivaus e menos Sampaolis e Tites. Ninguém aguenta mais covardia e frouxidão no futebol brasileiro.