Criador da Raça Rubro-Negra dispara contra torcidas organizadas do Fla: "Os nossos cânticos são ruins..."

Um dos elementos que mais valorizam a experiência de assistir a um jogo direto do estádio é a torcida. Quem busca os melhores ângulos para ver uma partida de futebol, talvez deva optar pela tradicional transmissão na TV. Ir a uma arena esportiva é participar de um movimento social, o que é ainda maior se for no Brasil. Para um clube com mais de 42 milhões de torcedores, os rubro-negros são o maior patrimônio do Flamengo. Porém, nem tudo que acontece nas arquibancadas do Maracanã agradam os adeptos do Clube.

Isso porque o Mais Querido também sofreu com algumas consequências das mudanças nos estádios. Quando aderiu ao padrão FIFA, o Maracanã presenciou uma alteração em seu público, principalmente pelo aumento do valor nos ingressos. Segundo o criador da Raça Rubro-Negra, maior torcida organizada do Flamengo, Claudio Cruz defende que os cânticos não botam mais medo nos adversários como antigamente.

“As torcidas organizadas precisam entender que antigamente os times tinham medo de jogar aqui. A gente já perdeu a marquise do Maracanã, que ajudava a botar medo quando a torcida cantava. Aí a torcida também diminuiu, até por causa da questão financeira. Hoje eles vão ao estádio atrás de show, se não joga bem eles vaiam. Vai vaiar a sua mãe, rapaz! Se for para gritar na porta do vestiário depois do jogo eu vou, mas durante o jogo eu quero que ele ganhe. E depois os cânticos hoje são ruins, os nossos cânticos são ruins. Tem que mudar”, argumenta Claudio Cruz ao Coluna do Fla.

Adeptos comuns,que apoiam o Flamengo,costumam cobrar por mudanças em algumas torcidas organizadas. Um dos fatores que mais incomoda quem frequenta os estádios é uma suposta falta de união dos grupos. Muitas vezes, quem está em setores distantes do Norte do Maracanã, acaba presenciando uma falta de sincronia nas músicas, e também, quando não há diferentes cânticos sendo ecoados. Claudio Cruz cobra por mais incentivo ao Clube.

“Eu não sei se tem que voltar (com o grito de ‘Mengo’), mas que se crie alguma coisa semelhante. Alguma coisa que seja um canto… Que você possa cantar! Porque hoje, na verdade, você não tem cantos de incentivo para o Clube. Tem aquele de ‘e o Mundial vocês nunca vão ter’, é a mesma música todo dia. E a gente consegue cantar para o São Paulo, quando vem aqui (Rio de Janeiro), para o Corinthians, e os dois ganharam o Mundial, mais do que a gente, inclusive”, complementa o criador da Raça Rubro-Negra.